A Caminho do Segundo Encontro

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Os dois dias que se seguiram passaram-se lentamente, para a angústia de Leah, que sentia que algo importante aconteceria. O céu permanecera tão nublado e o tempo tão chuvoso, que os irmãos cherokees mal puderam sentir a influência da Lua em seu último dia de transformação. E vendo por este ângulo, eles estavam até gostando do clima chuvoso da região.

Na data marcada para o segundo encontro, o tempo estava estável e com uma pequenina chance de Sol. O dia mal amanhece e Lucian já batia à porta dos Clearwater, fazendo um Seth bastante sonolento ir atendê-la, pois havia acabado de retornar de uma ronda e bastante exausto.

Sue aparece logo atrás do filho, contente pelo aparecimento do cherokee, que não podia negar ser muito charmoso. Lucian estava um rapaz de fazer inveja naquela manhã, com os cabelos presos num coque muito mal feito e que, com o sobretudo ao estilo rockeiro, o deixava com um ar mais rebelde e desordeiro, basicamente o sonho de qualquer garota louca por um badboy. Por baixo do sobretudo, vestia uma blusa de gola alta branca, usava calças jeans escuras e tênis pretos, que julgou serem suficientes para perambular por aí.

― Bom dia, Lucian, o que faz aqui tão cedo? – pergunta a mulher, sorrindo.

― Vim buscar a Leah, vamos para um encontro.

Lucian abre um largo sorriso, fazendo a mulher se derreter em felicidade. Seth olha para a mãe sorridente e revira os olhos, não acreditando que ela também estava caindo nos encantos daquele sorriso.

― Ela está dormindo, vai ser um inferno se nós a acordarmos – resmunga Seth bocejando.

― Oh, é verdade. Ela sempre acorda de mau humor! – exclama Sue.

― Se me permite, Sra. Clearwater, gostaria de acordá-la eu mesmo.

― Claro, querido, faça o que achar melhor.

― Vai dormir moleque. – Esfrega o cabelo de Seth ao passar pela porta. – Você fica de muito mau humor quando está com sono – debocha.

O cherokee adentra o quarto de Leah sem bater e fecha a porta atrás de si, respirando fundo. O cheiro dela estava em toda parte e seus pulmões pareciam entorpecidos pela maravilhosa fragrância de canela. Ele se aproxima da cama onde Leah ressonava tranquila, coberta até a cabeça como se estivesse em um casulo. O quarto escurecido não o impedia de vê-la perfeitamente e, puxando a coberta de seu rosto, se aproxima de seu ouvido:

― Bom dia minha loba, está na hora de acordar.

― Sai daqui, Seth, ou vou te bater de novo – resmunga ela.

― Se você não quer acordar por bem, vai ter que ser por mal – ameaça ele, com um sorriso zombeteiro nos lábios.

― Vai embora – resmunga, ainda sem se dar conta de quem estava a chamava.

Lucian abre as janelas, deixando a claridade entrar no cômodo e fazendo Leah resmungar em protesto. O cherokee retorna para a cama e começa a cutucar a barriga da loba com o indicador.

― Vamos lá, Leah, está um lindo dia, acorde, acorde, acorde...

― Que droga – pragueja ela. – Sai daqui, Seth, seu imbecil. – Senta-se de repente, socando o rosto de Lucian.

― Oh meu Deus! – Ri. – O que foi isso? Que recepção foi essa?

Leah arregala os olhos ao se dar conta de quem estava ali. Por que tinha que ser tão descontrolada? Ela fica boquiaberta por alguns segundos, mas logo retoma a sua pose carrancuda, ao vê-lo achar graça em toda a situação.

― Culpa sua, isso é maneira de me acordar? – resmunga.

― Você não quis colaborar, se tivesse preferido acordar por bem o tratamento seria muito melhor... Ande logo, troque de roupa e vamos sair. – Sai do quarto, sorrindo.

LeahOnde as histórias ganham vida. Descobre agora