A Fuga - Parte II

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― Do que está falando lobo? Quem é Tia Evi? – pergunta a vampira confusa, por não ouvir ninguém conversando com ele.

― Reverta o que fez comigo, traga meus sentidos de volta! – ordena o cherokee.

― Essas experiências não são reversíveis. Acha que estou pesquisando tanto para elaborar uma vacina temporária? Estou trabalhando num anulador de genes lupinos, isso quer dizer que ficará assim para sempre.

― Ok! – grita Evi, batendo palmas e chamando a atenção dos presentes. – Chega de brincarmos de captura, está na hora de irmos para casa.

― Como quiser titia – ironiza Lucian, deixando a fera negra explodir de dentro do seu corpo.

― Mas como? – solta a doutora num sussurro. – Você não está em condições de se transformar, eu o deixei sem comida... Como?

― Acho que a pergunta que deveria fazer é: esse é o meu dia de sorte? – ironiza Evi, tombando a cabeça para o lado. – Porque tenho certeza de que é o meu...

A cherokee cruza os braços em frente ao corpo e os abre com rapidez, liberando sua fera interior que a muito estava querendo sair. Era hora de começar a festa!

Ambos os lobisomens agarram as barras de aço, quase que simultaneamente, forçando-as a se abrir e fazendo Valeska se desesperar. Ela grita pelos vigias, que adentram o cômodo em posições de ataque, enquanto um terceiro corria para alertar sobre a pequena rebelião no laboratório.

Sem delongas, vamos acabar com isso logo – vocifera Lucian, avançando contra os vampiros.

Ele estava farto daquele lugar, farto de todos aqueles vampiros. Queria sair dali o quanto antes e, sem pensar muito, o cherokee deixa-se levar por sua fera assassina, que destroça os vampiros com suas garras mortais, virando-se para a doutora em seguida.

Valeska recua à medida que o lobisomem caminhava em sua direção, com as presas a mostra. Lucian avança contra a doutora, abocanhando seu ombro direito e lançando-a sobre a mesa de experimentos, quebrando todos os tubos de ensaio presentes ali. A vampira se debatia desesperadamente, podia sentir o veneno do lobisomem penetrando em seu corpo e a matando pouco a pouco.

Enquanto isso, Evi destruía o laboratório, puxando os cabos de energia para que nenhum outro lupino fosse vítima daquele lugar. As faíscas voavam pelo ar conforme a fera branca arrebentava as linhas de força e destruía os equipamentos, algumas delas caindo sobre as pesquisas da doutora e iniciando um pequeno incêndio.

Lucian se aproxima da vampira lentamente, quebrando a mesa em que a jogara com uma única pisada. Ele estava prestes a encerrar seu sofrimento quando Kiary entra no recinto e avança em sua direção, fincando suas garras sobre suas costas largas e arranhando-as de cima a baixo. Evi intercepta lobisomem castanha com fúria, não imaginando o quão habilidosa Kiary poderia ser, mas a oponente também a subestimava, pois não sabia que o que ela tinha de "habilidosa", a lupina branca tinha de experiência e força.

As duas lobisomens rolam numa luta feroz pelo laboratório, enquanto Lucian voltava suas atenções para Valeska, sem deixar-se intimidar pela ferida. O cenário caótico dava um toque a mais na adrenalina do cherokee, que agarra o corpo magrelo da vampira e o ergue do chão.

― Acabe logo com isso – geme a doutora, sentindo seu corpo denegrir com o veneno lupino.

Sem romper o contato visual, Lucian aperta o corpo da sanguessuga com força, transformando-a num amontoado de pedaços gélidos de restos mortais.

Um ganido estridente ecoa pelo ar, atraindo sua atenção. Kiary gemia em desespero enquanto sua cabeça sangrava do lado esquerdo e Evi cuspia a orelha da loba, que arrancara em meio à luta. A lobisomem branca tinha apenas um arranhão no braço, o suficiente para que Lucian resolvesse dar fim aquele combate. Ele avança contra a cherokee que um dia chamou de irmã, prensando-a contra a parede de maneira furiosa.

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