Capítulo 05

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Xiao Zhan não queria apressar Yibo. Ele não queria expô-lo aos perigos que estavam vindo mais do que tinha que fazer. Com cada fibra do seu ser, ele queria protegê-lo, salvá-lo. Mas tudo estava acontecendo muito rapidamente.

Eiji e Jodis tinham saído em busca de informações, para juntar as peças e rumores e ver se havia uma imagem mais clara do que os egípcios e Illyrians estavam fazendo, e esperava que, por associação, descobrissem o que a chave poderia ser. Fosse o que fosse, qualquer que seja o grande plano, Xiao Zhan sabia que não poderia ser bom. Mas, sem qualquer prova, especulação e imaginação eram tudo o que ele tinha.

A reunião do clã a ser realizada mais tarde naquela noite seria fundamental, e representantes de outros clãs de vampiros de todo o país, e até mesmo do Canadá, estariam lá. Xiao Zhan não poderia perdê-la, mas não queria deixar Yibo oculto por qualquer quantidade de tempo. Ele certamente não queria levá-lo para a reunião ‒ o único humano entre algumas centenas de vampiros, mas ele temia que não tinha muita escolha. Ele simplesmente não podia deixá-lo.

"Tudo bem." Disse Yibo. "Então você tem o endereço e só precisa pensar 'corredor' ou 'cozinha' e é lá que nós vamos aparecer?"

Xiao Zhan deu um aceno de cabeça.

"Sim."

Yibo apertou o botão de chamada e colocou o telefone no ouvido. Era um telefone pré-pago simples, indetectável, para ser usado apenas uma vez, em seguida, substituído. Significava também que o pai de Yibo não reconheceria o número de telefone chamando.

A chamada foi atendida no quarto toque, e Xiao Zhan podia ouvir cada palavra.

"Olá?" A voz era rouca, mais velha, e, como esperado, com sotaque. Isto fez Xiao Zhan sorrir.

"Papai, sou eu."

"Yibo. Onde diabos você está? Você está bem?" Ele falou tão rápido que suas palavras atropelaram umas as outras. "Eles estão procurando por você, filho. A polícia. Eles estão provavelmente..."

Yibo o cortou.

"Pai, eu preciso que você me ouça. Feche as cortinas. Todas elas."

Houve uma pausa.

"Ok. Você acha que eles estão assistindo?"

"Apenas faça isso por mim, por favor." Disse Yibo. "Eu vou explicar mais tarde."

Havia sons abafados vindos do telefone, o que Xiao Zhan deduziu ser o homem fechando as cortinas das janelas em sua casa.

"Tudo bem." Disse o pai de Yibo. "Eu já fechei todas elas."

"Você está sozinho?"

"Sim."

"Faça-me um favor." Disse Yibo. "Vá olhar para fora, pela porta da frente e diga-me quantos carros estão estacionados em frente."

Yibo não esperou por uma resposta. Ele terminou a chamada, jogou o telefone no sofá, e colocou os braços ao redor da cintura de Xiao Zhan.

"Certo. Ele está na porta da frente, então você pode nos pular para o corredor. Imaginei que provavelmente é melhor não dar-lhe um infarto."

Com o endereço que Yibo lhe dera em sua mente, Xiao Zhan apertou a mão nas costas de Yibo, todo o seu corpo vivo com a sensação do calor do corpo de Yibo contra ele. Aquilo lhe tirou o fôlego. E eles pularam.

Assim que chegaram, Xiao Zhan sabia por que Yibo lhe tinha dito para pular no corredor: não havia janelas. Na fração de segundo do pulo, Xiao Zhan observou os arredores. O apartamento era pequeno e antigo, os tapetes e móveis eram amarelo e marrom, e o ar cheirava a uma mistura de alimento humano e fraco desinfetante de limão.

Sweet Blood ‧ YizhanWhere stories live. Discover now