Capítulo 30

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só nesse cap a gente tem: ciúmes duplo dos yizhan, personagens antigos reaparecendo e discussão dos yizhan, amaram?

Yibo fez um pequeno desvio primeiro para levar um presente a Jorge. Ele o tinha visto algumas vezes nos últimos doze meses, e cada vez, levou um pequeno símbolo de agradecimento. Yibo compreendeu Jorge muito melhor agora que ele podia ver em sua mente. Sabia que as vozes que ele falava muitas vezes não eram dele mesmo. Os vampiros de todo o mundo tinham assumido que Jorge fora amaldiçoado com várias personalidades ou que tinha transtorno dissociativo de identidade, como era chamado nos dias de hoje.

Mas não era nada disso.

Jorge tinha uma janela mental para os mortos. Vampiros mortos, para ser mais exato. Algo que tinha aprendido apenas quando a falecida mãe de Yibo falou com eles, quando Yibo foi transformado em vampiro.

A voz que falava com Jorge era sua, mas em sua mente, Yibo podia ver o vampiro morto falando. Jorge era, para todos os efeitos, um portal para a vida após a morte dos vampiros.

E além do mais, Yibo gostava do garoto. Incompreendido por cem anos, mas ainda apenas um garoto de cinco anos de idade, Jorge tinha sido primordial para a sobrevivência de Yibo e sua transformação de humano para vampiro. Jorge tinha sido raptado de sua humilde cabana nas selvas da Bolívia e usado como isca para atrair Yibo à China por Rilind, um vampiro Illyrian vingativo que queria usar os poderes de Yibo. Yibo e Xiao Zhan tinham devolvido Jorge em segurança e bem, e foi quando Yibo percebeu que Adelmo, o homem que cuidava de Jorge, era como um pai para ele. Ele não era um cuidador, ou babá, como alguns dos rumores que Yibo tinha ouvido. Ele era, por vínculo vampiro, figura de pai da criança.

Yibo conseguia ver. Ele podia ver o vínculo entre casais destinados, como uma amarra de almas. E nem todos os vínculos eram para casais, ou assim Yibo tentou explicar. Algumas ligações eram de família. Como Adelmo e Jorge. Se Yibo vivesse por mil anos, ele nunca esqueceria do momento em que levou Jorge de volta para Adelmo, como o menino correu para ele, e como Adelmo pegou-o e chorou lágrimas de alegria e alívio.

Adelmo e Jorge viviam uma vida humilde: uma pequena cabana, móveis escassos, mas práticos, sem eletricidade, sem confortos do século XXI, que Yibo tinha como garantidos. Eles eram felizes assim. Mas dar a ele um presente não faria mal. Toda vez que eles visitavam ‒ Jorge tinha deixado sua casa na selva apenas uma vez desde o calvário na China, e foi para ir ao casamento de Yibo e Xiao Zhan ‒ Yibo levava para ele algo pequeno, mas especial.

Na primeira vez foi um relógio novo, depois que o que Yibo tinha lhe dado da primeira vez que se encontraram foi tirado dele. Na segunda vez foi uma caixa de livros de leitura e coloração, com a maior caixa de lápis de cor e marcadores que Yibo conseguiu encontrar. Considerando-se os talentos de Jorge e sua idade vampiro de mais de cem anos, os outros tinham pensado que era estúpido. Mas Jorge ficou tão animado, e Adelmo muito grato.

Nesta visita, Yibo tinha decidido levar para ele uma nova bola de futebol. Ele saltou Xiao Zhan, Eiji, e Jodis para o beco atrás de um grande varejista de artigos esportivos em Sucre, capital da Bolívia. Era noite e a loja estava cheia   de compradores. Enquanto Yibo recolhia o que ele queria e parava na longa fila para ser atendido, Xiao Zhan, Eiji, e Jodis saíram para esperar do lado de fora, impacientes.

Certo que Yibo tinha se acostumado muito com a rapidez e falta de espera que o salto trazia, mas queria fazer isso direito. Sim, ele poderia aparecer em qualquer loja de qualquer lugar do mundo e pegar o que queria, ou saltar o que queria sem ter que ir a lugar algum, mas um presente deve ser escolhido e comprado.

Muito para desgosto de Eiji. Ele não tinha parado de resmungar ainda.

Pare de choramingar, Yibo disse a Eiji em sua mente.

Sweet Blood ‧ YizhanWhere stories live. Discover now