Capítulo 35

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Pular para um beco escuro e frio não era novidade para os vampiros, mas Jingwei não estava muito familiarizado. Ele odiava pular e Xiao Zhan deduzia que o efeito sobre o corpo do homem mais velho era pior. 

Yibo enviou uma onda de alívio da dor por meio dele.

"Você está bem?" Yibo perguntou a ele.

"Sim, sim." Disse Jingwei, tentando minimizar. "Embora eu preferisse pegar uma viagem de 10 horas num avião do que pular." Ele olhou para as paredes de pedra ao lado do seu corpo. "Nós estamos realmente em Paris?"

Xiao Zhan olhou para cima e para baixo na rua deserta. Havia carros estacionados e sons da cidade, mas não havia ninguém à vista. 

"Esta é Rue Massillon." Ele disse em francês perfeito. "Se você olhar para a sua esquerda" Ele apontou com a cabeça para a rua escura, e no final havia um enorme edifício de pedra bem iluminado. "Verá Notre Dame."

Jingwei puxou a gola do casaco até as orelhas. Ele bufou. 

"Bem, então acho que pular não é de todo ruim."

Jacques riu baixinho. 

"Paris é o meu antigo reduto. Embora eu goste de New York, também." Seu sotaque francês parecia mais forte aqui. "Venha, Jingwei. Eu vou te mostrar alguns pontos turísticos."

Desceram a rua para onde a Catedral de Notre Dame predominava sobre eles em toda sua glória de arquitetura gótica. O edifício de pedra era escuro e úmido, acrescentando certa fantasmagoria enquanto caminhavam até Rue de Cloître Notre Dame, dobrando a esquina que dava para a frente do edifício. Os seis ficaram para trás, olhando para as torres, tendo em vista a visão magnífica diante deles.

"As gárgulas." Kennard disse suavemente. "Olhem para elas." 

"Sim." Eiji concordou. "Elas parecem muito familiares."

"Olhem para a janela de vitral." Yibo disse. "No terceiro segmento."

Xiao Zhan as reconheceu imediatamente. Eram as mesmas criaturas diabólicas descritas nos vitrais em Londres. Criaturas aladas pretas que se assemelhavam a lobos-dragões sendo transpassadas pela lança de um cavaleiro. Eram as mesmas criaturas que agora estavam como estátuas de pedra sobre as paredes que estavam olhando. 

"Zoá."

"Vocês conseguem ver isso?" Jingwei sussurrou. "Quero dizer, sério? Eu mal consigo identificar a janela. Eu só consigo ver que é redonda."

Eiji bufou. 

"Jingwei, você é tão parecido com Yibo."

Yibo sorriu, e acenou com a cabeça em seguida, em direção à torre, onde gárgulas infames estavam empoleiradas. 

"Acho que nós devemos verificar a cripta primeiro. É por isso que estamos aqui, mas também quero ir para lá depois. Algo está me dizendo para dar uma olhada mais atenta nas gárgulas." Ele olhou em volta e viu o quão visível todos eles estavam, mesmo às três da manhã, por isso, pular diretamente ali não era uma opção. "Há muitos olhos. Vamos voltar ao beco."

Yibo parou em uma pequena alcova, Xiao Zhan presumiu, quando teve certeza de que estavam fora da vista de todos os seres humanos.

"Pronto?" E no minuto seguinte os seis estavam a quatro andares abaixo das ruas de Paris, bem sob a barriga de Notre Dame.

O espaço em que estavam estava completamente escuro, e Yibo sentiu o medo imediato de seu pai de ser enterrado vivo. Yibo imediatamente criou alguns círculos de luz para que Jingwei pudesse ver. Jingwei não estava errado, embora. Era como uma caverna subterrânea com um teto baixo de terra. Pareciam haver túneis que conduziam para fora na escuridão obscurecida, mas no centro do espaço foram cavados poços circulares com pilares de pedra erguidas na circunferência do círculo central.

Sweet Blood ‧ YizhanWhere stories live. Discover now