18. Quando a música é suave como uma manteiga.

171K 12.8K 155K
                                    

#MorceguinhoCerejinha

As coisas que eu fiz só para poder te chamar de meu.

Eu me sentia um pouco perdido da cabeça.

Tinha deixado minha casa há uns dez minutos e estava no carro de Rosé, no banco de trás em companhia de Hoseok, Seokjin e Jisoo, enquanto Vante ocupava o banco do passageiro. A situação estava estranha.

Desde que nos reunimos, poucas palavras foram ditas, deixamos que a música baixa tomasse conta do momento. Embora fosse sinistro um grupo tão agitado quanto o meu estar em quietude, eu entendia que o reflexo disso foi a confusão ocorrida no dia anterior, na Rock Máfia.

Pelo clima não muito agradável, eu podia perceber que o assunto não estava resolvido. Vante não tinha conversado com Rosé, muito menos com Seok, digo isso como um achismo, não tenho certeza, não parei para saber o que aconteceu depois que saíram do galpão. Curti minha noite com Dândi, logo depois ele me deixou em casa, então apaguei. Não soube de nenhuma outra tragédia.

De qualquer modo, hoje é sábado, estamos indo ao hospital.

Jennie fora transferida para o quarto, exames foram feitos, os resultados são bons. Faz um bom tempo desde que me senti respirando tão limpo, tendo alívio, a primeira vez em um mês que não me sinto atormentado com a ideia de que algo poderia dar muito terrivelmente errado ou que eu, a qualquer ínterim, poderia perder alguém que tanto amo.

Nós tivemos a autorização da equipe médica que cuidava do caso da Kim para visitá-la após um pedido da família, claro, depois que Rosie moveu os pauzinhos para isso acontecer. Diante disso, temos passe livre desde que não façamos bagunça no hospital.

Eu não posso prometer nada, mas em respeito à Jennie e aos cachorros, não estourei fogos de artifício.

— Eles deram uma ideia de quando ela terá alta? — Finalmente alguém teve coragem de abrir a boca para dizer algo, esse alguém é Jin.

— Não. — Jisoo sacudiu a cabeça. — Mas não dou mais do que uma semana para ela estar de volta.

— Isso merece uma comemoração. — Passo as unhas curtas por minha calça, desenhando estrelas imaginárias. — Algo entre nós.

— Não me parece uma boa ideia quando foi por uma comemoração que Jen parou no hospital. — Tae relembrou. Ele ganhou certo trauma com tudo que aconteceu, é compreensível.

— Há uma diferença. — Rosé, que dirigia, desviou a atenção da estrada por um tempinho. — Jennie fez uma baita festa, se for algo entre nós, digo, nós aqui, é aceitável.

— Deixem isso para quando ela estiver perto de ter alta, acredito que seja cedo demais para planejar algo. — Jin refutou.

Assinto em concordância, continuando firmemente a desenhar minhas estrelas. Lembravam-me a Dândi. Que merda. O que não me lembra dele? Estou cada vez mais entregue e não consigo conter esse sentimento em mim.

Deixo meus devaneios de lado quando noto o carro ser estacionado na vaga de estacionamento do hospital, ergo meus lumes e encaro a fachada de entrada, suspiro.

Caramba, eu achei que essa dor não fosse ter um fim.

— Oh, minhas flores amassaram, pobre não tem paz. — Hoseok murmurou ao meu lado. Ele revirava os olhos, checando cada parte das rosas brancas.

Abro a porta do carro e saio, deixando-a aberta para Seok sair. Ajeito minha roupa amarrotada e dou a volta no automóvel, parando ao lado de Taehyung.

ROCK MÁFIAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora