13. Quando a música te leva em direção a uma noite de rock.

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#MorceguinhoCerejinha

— EU PRECISO DE UM TÁXI!

Ao pé de meu ouvido, Vante vociferou.

Eu não sei o que havia de errado, mas ao que parece, todo o reforço policial, logo após a tentativa de assassinato contra Jennie, reforçou o alerta que, por quase um mês soava todos os dias, às nove horas da noite. Basicamente, isso significava um: "Não saia de casa, não procure pelo abraço silencioso da morte."

Nós víamos isso como um singelo convite para sair. Por isso, eu e Taehyung nos encontrávamos em um ponto de ônibus. Nenhum passava, assim como os aplicativos de Uber e Táxi. Porcaria alguma adiantava, todos estavam encerrados. Ao menos, por hora, seguindo ordens judiciais.

— São dez e... — Checo meu relógio de pulso. — Doze. Não adianta, não conseguiremos chegar a tempo.

Lamento, talvez. A verdade é que eu queria somente o conforto de minha cama, mas estava gastando meu tempo e paciência em uma tentativa amigável de apoiar Taehyung.

É aniversário de Yuta, nosso colega de colégio, vez ou outra, de confusões. O convite para que Tae filmasse parte da festa em comemoração a data de nascimento do garoto confusão surgiu repentinamente, Vante jamais desperdiçaria dinheiro, muito menos envolvendo bebidas no meio.

Entrei nessa como coadjuvante, tentado a ganhar parte da grana, proposta vinda diretamente do Kim. Eu jamais negaria, estamos falando de dinheiro. Eu não sou bobo.

— Porra, isso é foda. Não posso perder esse job. — Resmunga. Ele está movendo os dedos agilmente contra a tela, buscando meios que nos levem até o local da festa. — Dândi não poderia nos levar? — De repente, me encara com uma sobrancelha arqueada e sorriso sacana. Nego de prontidão. — Caramba, o que adianta você arrumar um cara rico se não tira proveito disso, hm?

Minhas mãos correm afoitas por meus braços cobertos pela jaqueta de couro, ela pertence a JK, eu não consigo parar de usá-la. O jogo virou, percebo. Os meus olhos cansados e sonolentos embarcam pela rua com péssima iluminação e fria, entreabro a boca e bocejo. Gostaria de dormir, mas estou ouvindo Taehyung resmungar sobre minha vida amorosa.

— Seu rabugento, eu não quero me aproveitar do engomadinho. — Rolo meus olhos em direção a Taehyung, ele está coçando a nuca, isento de paciência pela situação em que nos encontrávamos. — Sem contar que nós mal nos falamos hoje, o Dân é meio que... Ah, ele não parece curtir trocas de mensagens. O que eu posso esperar de alguém que usa como bio em suas redes sociais um "Vampiro zumbi motoboy aesthetic pleasing transmorfo demônio e-boy baitola."? E eu nem sei o que isso tudo significa. Ele gosta de ser meio... Diferente.

O garoto de cabelos azul deixou de lado o celular, ergueu o olhar para mim e suspirou.

— Ou de ser um tapado, não acha?

— Eu gosto. — Dei de ombros, fitando uma luz no fim da rua.

Era a morte, certeza. Chegou a nossa hora.

E olha que eu pensei que fosse ser a uma semana atrás, com todo aquele ocorrido. No entanto, consegui notar que sempre há possibilidade de você acabar morto em uma vala. Não há como escapar. A morte parece me amar.

— Você está apaixonado, assuma.

— Você me respeite, palerma. — Viro em direção ao garoto, cruzo meus braços e o encaro com o semblante fechado.

— Não adianta, está óbvio que você... — Aponta o indicador para mim, mas antes que prossiga, Taehyung é interrompido com um carro que, tão rápido quanto o olhamos, para ao nosso lado.

ROCK MÁFIAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora