3. Quando a música é alta e o estranho chama.

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#MorceguinhoCerejinha

La casa del Park's.

Sono esattamente le tre del mattino.

Park Jimin.

O barulhinho irritante que o relógio de madeira antiga faz no corredor do andar de cima de minha casa, deixa-me constantemente acordado, remexendo-me na cama quente e de lençóis brancos.

Eu posso escutar o torturante tic tac em meus ouvidos, como se tivessem colocado o relógio bem próximo a eles. É como um tilintar de moedas em um cofre fundo.

Eu estou com insônia, o relógio antigo e barulhento que vovó deu de presente a mamãe não me deixa dormir ou um vizinho sem vergonha resolveu tirar meu sossego quando as três da madrugada escura e fria, uma música com teor infantil começa a soar por minha rua?

Eu desperto por completo, sentando na cama. Encaro o quarto com pouca iluminação, fechando meus olhos e apertando para então abrir e tentar não enxergar tão embaçado como estava antes. Para pior, o que é me permitido ver são somente as cortinas de minha janela balançando na medida em que o vento bate contra ela, ou o borrão preto que a escuridão trouxe com a vinda do período noturno.

A música que antes eu pensei ser coisa de minha imaginação continua a soar, não tão alta, mas também não baixa. É o suficiente para acordar quem tem sono leve. Por isso, certifico-me de que sou capaz de enxergar minhas chinelas no chão, quando decido levantar e verificar quem ou o quê está provocando esse som.

Puxo o lençol de meu corpo e o jogo na cama, uma vez que este estava enrolado em meu corpo e veio junto quando me levantei. Calcei minhas chinelas e caminhei em passos lentos até a janela fechada. Bem, quase fechada.

Jihyun jogando bola acertou-a em cheio, então, parte dela está quebrada. Não deixei que minha mãe mandasse arrumar visto que sinto muito calor e o vento da madrugada faz meu corpo resfriar.

Apoio minhas mãos em minha cômoda, inclinando meu corpo em direção às cortinas brancas e afastando-as um pouco, sendo capaz de ter uma visão da rua escura lá fora. Um poste em frente à casa do senhor Chan não é o bastante para iluminar, ele é tão apagado quanto á noite.

Olho de um lado para o outro, ainda escutando o som. Soa como uma música infantil, sou capaz de imaginar algumas crianças de mãos dadas, girando animadas e felizes enquanto cantam.

Isso me faz querer voltar a dormir, então, viro-me em direção à minha cama, deixando que as cortinas voltassem a tampar a velha janela. Entretanto, um coral de vozes dando início á música me faz reter. Mantenho-me da mesma maneira que fiz á poucos segundos atrás. Virado em direção à minha cama, mas impedido de continuar a seguir meu caminho.

Os sons das vozes das crianças rindo parecia estar perto de minha casa, não perco tempo e tomado pela curiosidade, viro em direção à janela, inclinando-me novamente para olhar por entre as cortinas.

Novamente, como antes, não há nada. Não vejo nada. Só o vento frio correr lentamente pela rua, se estivéssemos no Texas, estariam correndo por ela aquelas bolas de mato seco. Como estamos em Seoul, é somente o vento gelado.

— Vizinhos enxeridos estão tirando sarro de sua cara agora, Park Jimin. Você está ficando louco, uh. Fica tanto tempo sozinho que ás vezes até faz sentido. — resmunguei, colocando a mão em minha testa.

Eu deveria levar a sério os sermões de mamãe quando diz que passo tempo sozinho demais para uma pessoa normal, seus comentários grotescos em direção a mim sobre eu passar o dia em meu quarto, isolado do mundo a fora. Sem interações necessárias com a sociedade e sem vontade alguma de tê-las. Bem, cá estou eu. O filho do quarto.

ROCK MÁFIAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora