27. Amor de existências.

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#MorceguinhoCerejinha

Cinque, forse sei, giorni dopo.

— Droga, eu sentei gostoso na boneca. Zerei a merda do teste de matemática.

Ao meu lado, segurando a folha um tanto quanto amassada, Vante murmurou.

Ele tinha o semblante corrompido pelo mais genuíno ódio, mordia sem parar a tampa da caneta, por pouco não me vi a roubando de si e tomando para mim. Eu costumava ter o vício tremendo de morder tampinhas ou qualquer mínima coisa que coubesse em minha boca e me fizesse descontar a carga de ansiedade.

Fechando meu livro de física – após duas horas de estudo, viro-me para Tae, tocando-lhe no joelho para consolá-lo brevemente.

— Suas últimas notas foram boas, elas preencherão a falta dessa, não liga. — Roubo uma de suas canetas, girando-a entre meus dedos quando me coloco na posição de encarar parte dos alunos que passeiam pelos corredores do colégio. — Jin não está tão diferente de você.

A verdade é que nós estávamos na reta final do período escolar e, neste momento, todo mundo corria atrás de uma possível e única salvação. Perseguir professores e implorar por uma atividade extra ou trabalho grupal tornou-se um hábito para meus amigos nesta última semana. Eu não me encontrava diferente, mas não estava no auge de meu desespero. Eu tinha notas suficientes para passar, não tão altas como deveria ter, uma vez que nada faço em minha vida além de estudar, contudo, boas o bastante para não ser reprovado.

O que me difere de Seokjin, por exemplo, é a quantidade de faltas que ele teve nas duas últimas semanas. Ele havia matado aula para estar com Namjoon, seja metido na Rock e em um de seus carros esportivos, ou enfiado debaixo de seus lençóis persas.

Francamente, minha vontade é de lhe encher de socos e pontapés. No entanto, eu assumi para mim a missão de ser o amigo protetor, o amigo que está com você independente da merda ocorrida, isso não mudava agora. Eu o ajudei a colar na prova de álgebra.

— Minha salvação é o teatro. — Taehyung resgata a minha atenção. Vejo-o guardar seus materiais, apresso-me em fazer o mesmo. — A nota contará para algumas matérias.

— Isso é bom.

Vante e eu passamos os últimos dias enfurnados no teatro, trabalho arduamente com o clube dos atores, seus projetos e possíveis encenações. Eu me encarregava da agenda, da direção e, vez ou outra, compartilhava algumas de minhas ideias. Para ser sincero, elas foram muito bem aceitas. Kyu costuma dizer que eu viajo na maionese, mas que isso é bom e me fará colher frutos. Parte disso eu devo a Dândi, anteontem eu sugeri que montássemos uma peça de amor imortal, retratando uma relação de um vampiro com um mortal.

Eu me sentia inteligente e criativo, pensarei em algo a respeito, algo envolto a minha história com Dândi. Poderia ser algo bom ou caminharia a não dar em nada, como grande parte das ideias do clube se sucedeu.

Malditas gavetas que prendem ideias brilhantes.

— Hm, olhe lá o casal. — Ouço Taehyung demandar.

Sem demora, envolto por minha curiosidade, fito Namjoon e Jin caminharem juntos pelo campo aberto do colégio. Franzo o cenho, observando ambos. Eles fazem um bonito e fofo casal, não posso negar.

Droga, odeio como posso gostar de relacionamentos alheios.

— Esse bostinha não deveria estar implorando por notas? — Indago, agarrando minha mochila. Jogo-a por cima de meus ombros e caminho para fora da grama.

ROCK MÁFIAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora