"Desde o início da minha vida, eu sabia que meu nome era Kaya. Só Kaya, sem sobrenomes. Sabia de quem eu era filha e para quê eu existia. A realidade que me foi ensinada, nunca tinha sido a certa. Mas eu não sabia disso.
Eu matava, seduzia, roubava...
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Suspirei, encostando cabeça na porta e olhando ao redor, procurando uma forma de sair daquela situação. Bucky ficou em silêncio.
O encarei e suspirei, de novo, enfiando as mãos no bolso da minha calça.
Bucky parecia estar meio triste e ansioso e isso me deixou estressada e ansiosa sem saber, exatamente, porquê.
-Eu não tenho como sair daqui, tenho? - Perguntei, o olhando.
Bucky negou, depois, deu de ombros.
-Se você não quiser conversar, é só bater na porta e dizer que não vamos conversar.
Fiquei em silêncio. Minha cabeça me mandava sair de lá. Ir para bem longe dele. Meu coração mandava eu caminhar até Bucky e enfrentar o que quer que viesse.
Fiquei indecisa por uns segundos. Eu não sabia se ouvia minha razão ou minha emoção. Ao mesmo tempo que eu queria adiar a conversa, eu queria acabar logo com a nossa agonia.
Nossa agonia... Que impacto!
Bucky levantou do chão e passou por mim, sem me olhar. Deu três toquinhos na porta.
-Pessoal, abre aí. - Bucky pediu. - A Naomi não quer conversar...
O tom de voz dele me esmigalhou o coração e me senti uma escrota. Não custava absolutamente nada conversar com ele e acabar com essa situação. Respirei fundo, assim que a porta começou a abrir.
Com um impulso, puxei a maçaneta de volta, talvez, com um pouco mais de força que o necessário.
-Tranquem de volta! - Falei, séria, olhando nos olhos azuis e surpresos dele. - Eu quero conversar, sim!
Bucky assentiu e voltou para o mesmo lugar que ele estava. Respirei fundo e fui atrás. Bucky me encarou. Então, sentei de buda, na frente exata dele. Meus joelhos tocavam nos joelhos dele. E foi quando percebi isso, que encarei o objeto que ele segurava.
Estreitei os olhos para as mãos dele, sentindo meu peito agitar.
-Bucky...
-Sim?
-Esse canivete é meu?
Observei ele dar um pequeno sorriso e me esticar ele. Peguei e o examinei na mão. Era reconfortante e familiar.
