Museu do Capitão

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Bucky, obviamente, estava já acordado quando eu acordei. Afinal, ele estava brincando com os dedos na minha coluna. 

Tentei ficar, ao máximo, imóvel, aproveitando aquela sensação gostosa do calor dele contra o meu corpo. 

Ainda lembro da primeira vez que o abracei, embora, agora, esse momento tivesse um significado mais especial. Na verdade, desde que percebi estar apaixonada, cada lembrança que eu tinha dele se tornava especial, quase uma jóia. Até porquê, a maioria só existia na minha memória. 

Eu sempre achei que ele seria duro e frio como uma pedra de gelo, mas na primeira vez que ele me abraçou, eu estava chorando, e me surpreendi do quão macia a pele dele era. Tão quente, tão viva. 

Assim como agora. 

Os dedos dele causavam um pequeno arrepio na base da minha coluna, que irradiava para o resto do meu corpo. 

Ouvi ele suspirar algumas vezes. Tentei evitar pensar que ele devia estar pensando em Sophie. Deveria ser ela a ir com ele, não eu. Até porquê, se bobear, era sempre ela que ia, por isso Finn tinha perguntado se eu era a Senhora Barnes. Eu também era loira. 

-Acordou, Naomi? 

Deixei o ar sair dos meus pulmões. 

-O que me denunciou? 

-Você ficou tensa. 

Assenti. Depois, levantei de cima dele e pulei da cama. Bucky franziu a testa. Andei até minha mochila e peguei umas roupas. 

-Vou tomar um banho. 

Ele assentiu. 

Entrei no chuveiro e coloquei a água no ponto mais quente que consegui e deixei ela escorrer pelo meu corpo. Não demorou a encher de fumaça o banheiro. Me peguei, distraidamente, escrevendo o nome dele no vídro do box, mas assim que me dei conta, passei a mão por cima, apagando. 

Talvez, em uma coisa meu pai tivesse razão: O Amor é uma fraqueza e a paixão só serve para desestabilizar o emocional. 

Depois de um longo tempo, quando me senti mais relaxada, saí do banho. Mas lembrei que não achava a toalha porque deixei ela no quarto. Xingando, peguei minhas roupas e saí, passando rapidamente por Bucky, de costas na sala. 

-Hey, Naomi! Espera! Eu vou... 

Bucky perdeu a fala. Merda. Tentei dar um sorrisinho e me cobri com a blusa. Ele estava boquiaberto e muito vermelho. 

-Bucky? Posso ir me vestir rapidinho? 

Ele assentiu, fechando a boca e engolindo em seco. Fechou os olhos e suspirou. Abaixei um pouquinho o olhar. 

Bem, se no Soldado eu não causava nada, nele, com certeza eu causava. Me tranquei no quarto, morta de vergonha. 

Não do meu corpo, afinal, eu estava acostumada a ser olhada (embora, não gostasse). Mas de ter sido ele a ver. E se ele achasse que eu estava me jogando para cima dele? E no fim, eu estava me jogando ou não? 

A Herdeira. - Bucky Barnes. Where stories live. Discover now