Uma Conversa Franca e Honesta.

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Rolei de um lado a outro da cama durante cerca de quatro horas, que foi quando a música, enfim diminuiu e notei que a festa estava no fim. Olhei para o relógio: Quase três e meia da manhã!

Xinguei Tony de todos os nomes que eu conhecia e em todas as línguas. Se ele não resolvesse dar uma festa por causa de uma missão idiota, eu não teria estragado minha amizade com Bucky e ele estaria dormindo aqui, comigo.

Espera... Eu não estava conseguindo dormir porque ele não estava dormindo comigo? Isso era sério?

Senti meu rosto queimar de vergonha e por alguns segundos, me lembrei de quando o Soldado Invernal fugiu e eu também não consegui dormir durante dias, até acostumar a dormir sozinha de novo.

Por alguns segundos, desejei ainda estar na Hydra, desejei que o Soldado tivesse me usado e não tivesse criado intimidade comigo... Teria sido mais fácil.

Depois, voltei a ficar com vergonha do que acabei de pensar e soquei o travesseiro até a espuma sair de dentro. Eu estava, de novo, deixando o controle mental da Hydra me dominar. Eu estava deixando que eles ditassem mimha vida.

Levantei e peguei um caderno de debaixo do colchão. Era tudo que eu sabia sobre a Hydra, sobre cada um de lá. E tudo que eu ouvia conversarem.

Passei um tempão lendo aquelas anotações para ver se o sono me dominava. Nada. Absolutamente nada.

O Sol foi raiando aos poucos e a casa continuava silenciosa, mesmo que eu não tivesse reparado no momento exato em que apagaram o som.

Quando não aguentava mais ler teorias que eu mesma tinha escrito, olhei para a janela. O céu estava azul, o que era um indício da Primavera chegando. Me dei conta de que nunca apreciei uma primavera.

Fiquei fitando a esmo o céu durante vários e vários minutos. Finalmente, senti meu corpo cansado e dormi.

O problema foi que eu sonhei com outra lembrança. O dia em que eu levei uma surra na missão e tudo que eu queria era cair na minha cama e dormir.

Eu tinha sido espancada por três mulheres, até uma delas cometer um erro e eu conseguir puxar a faca da cintura dela e as matar. Eu estava cansada mentalmente.

Deitei na cama, sentindo cada chute, soco, tapa...

-E ai, gostosa?

Respirei fundo e ergui o corpo, de uma vez. Uma dos guardas da Hydra estava parado na porta da minha cela. Não respondi.

-Bem, é uma pena que eu nunca vá saber que tipo de mel você tem ai, sabe?

Continuei sem responder. Não tinha forças e eu sabia que não deveria.

-Levanta, deixa de ser preguiçosa! Você tem trabalho para fazer.

-Mas acabei de chegar de uma missão! - Exclamei. - Nunca me mandam fazer esse tipo de trabalho no dia das missões!

A Herdeira. - Bucky Barnes. Where stories live. Discover now