Capitulo 23

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Maratona 3/8

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DULCE

Estacionei o meu carro na frente da casa deles. Foi ali que vivi os piores momentos da minha vida. Dentro da minha própria casa. Mal podia acreditar que estava mesmo seguindo o conselho do Christopher. Eu sabia que eu não era uma pessoa ruim, mas ultimamente estava sentindo mais sede de sangue que o meu normal.

Eu tentaria qualquer coisa para fazer isso amenizar. Mesmo que isso implicasse em "fazer as pazes" com meus progenitores. E acho que já estava na hora de vê-los depois de quase nove anos sem contato. Eu me sentia um lixo em ficar londe da minha família durante tanto tempo. Mesmo que eu tivesse saído com a consciência limpa.

Parei em frente à porta e já com o dedo na campainha, me esquivei. Respirei fundo e pensei: Se eu não for bem recebida, pelo menos eu tentei. Coloquei o dedo no botão da campainha novamente e dessa vez, o pressionei.

D -- Foi uma péssima ideia. (Eu disse e me virei de costas pronta para voltar pra casa e esquecer essa loucura. Escutei a porta se abrindo)

Blanca -- Dulce ? É você, filha ?

Meu coração gelou e acelerou a duzentos por hora. Fechei os olhos e os apertei. Me virei para encarar a minha mãe.

D -- Oi, m-mãe!

Ela veio até mim de forma desesperada e me deu um abraço tão forte que pensei que minhas tripas iam sair pra fora. Ela segurou meu rosto com as duas mãos e ficou me olhando de cima a baixo.

B -- Não acredito que é você! (Pude ver as lágrimas escorrendo por seu rosto) 

D -- Está... feliz em me ver ?

B -- Claro que sim! Claro que sim! Muito feliz! Muito! Nao imagina o quanto! Não sabe como eu sonhei com esse momento. Entra, essa casa sempre foi sua! (Ela foi me puxando pelo braço)

Eu entrei e pude ver que os móveis estavam diferentes e as paredes pintadas com outra cor. Estava tudo mais sombrio do que quando eu morava aqui. Os degraus da escada estavam pintados de preto, as paredes de marrom, tinha um espelho que parecia ser bem antigo, o lustre tinha uns enfeites pendurados nele com uns símbolos parecidos com hieróglifos egípcios e um candelabro com três velas acesas. Isso nem era necessário devido à luz elétrica.

D -- Eu poderia ser um vampiro disfarçado. Como tinha tanta certeza que sou eu ?

B -- Uma mãe nunca se engana. Eu sei que é você, minha filha. Não tem como te confundir. Esse seu olhar meigo é único. Mesmo quando fingiu aquela mudança radical da última vez que veio aqui, não conseguiu disfarçar.

D -- Sabia que eu estava mentindo ?

B -- Claro que sim. E não sabe o quanto você me deixa orgulhosa por decidir seguir outro caminho. O caminho certo.

D -- C-como ? Eu ouvi bem ?

B -- Sim, Dulce. Eu e seu pai temos muito orgulho de você.

Aquilo era um sonho ? Eu estava mesmo escutando aquilo ? Ou essa não era a minha mãe de verdade ?

D -- Eu não estou entendendo. Você não pode ser minha mãe. Não é possível! (Eu estava perplexa)

B -- Sou eu. E posso te provar. Quando você tinha sete anos, caiu daquela escada porque estava brincando de subir e descer sem parar. Machucou o joelho esquerdo. E quando tinha treze anos, chorou como se tivesse levado uma surra quando o seu coleguinha de escola Danny mudou de bairro e foi para o outro lado da cidade. Eu dizia que você era apaixonada por ele. E depois de um tempo, você me confessou que gostava dele. Eu posso passar a noite toda se quiser, te lembrando dos quase vinte anos em que você viveu aqui.

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