Capitulo 27

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Maratona 7/8

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DULCE

Eu não podia acreditar no que meus olhos estavam vendo. Fiquei atordoada. A garota jovem que mordi há dez anos era a irmã de Christopher ? Com certeza devia ser a própria. Ele me disse que ela morreu em um acidente de carro com o pai. Na época ela devia ser quase da minha idade, com no mínimo dezoito anos. Nunca esqueci do seu rosto e de seus olhos azuis assustados quando me viu. Ela não teve tempo nem de gritar porque fui muito rápida na hora de cravar meus dentes em seu pescoço.

Eu podia sentir o poder que a transformação tinha me proporcionado e sabia que ela não teria a mínima chance de se defender. Como o destino era cheio de ironias! Tinha colocado justo o irmão dela na minha vida. E era por ele que eu estava apaixonada e ele da mesma forma se apaixonou pela pessoa que desgraçou a vida da sua irmã. Eu nem conseguia imaginar o sofrimento que ela passou a partir do momento que a transformei, no meio daquela rua que estava bem deserta naquela noite.

U -- Não o quê ? Está falando sozinha ? (Levantou as sobrancelhas se mostrando confuso)

D -- Sim, eu costumo falar sozinha às vezes. (Sorri de canto) -- Pensar alto, na verdade. Essa garota é sua irmã, não é ? (Mostrei o porta retrato a ele)

U -- Era sim. Como eu te disse, ela morreu em um acidente de carro há dez anos. (Respondeu e pude perceber que ele estava confuso) -- Por que ? Você a conheceu ?

D -- Qual é o nome dela ?

U -- Se chamava Anahí.

D -- Bom, é que... eu pensei que a conhecia. Estudei com uma garota parecida com ela na faculdade, mas ela se chamava Angel. (Foi a única desculpa que me veio à mente. Coloquei o porta retrato de volta no lugar)

U -- Ela tinha vinte anos quando tudo aconteceu. Era um pouco mais de dois anos mais velha que eu.

D -- Sinto muito!

Senti meus olhos marejarem novamente e engoli a saliva com dificuldade, segurando um choro que queria sair. Quando eu tinha ficado tão sensível assim ? Peguei meu vestido que estava no tapete.

U -- Não acha que a minha camiseta é bem mais confortável que esse vestido ? (Ele disse quando percebeu que eu ia vesti-lo)

D -- É que eu... já vou voltar pra casa.

U -- O que ? Mas por quê ? (Eu não sabia o que responder) -- Dulce, não! (Ele se aproximou de mim, pegou o vestido da minha mão, jogou-o na cama e levou uma de suas mãos em meu rosto) -- Por favor, fica aqui comigo! Vamos passar esse fim de semana juntos.

Eu não respondi, mas o abracei forte. As lágrimas que começaram a escorrer por meu rosto foram inevitáveis. Não segurei o choro dessa vez. Era mais forte do que eu.

U -- O que houve ? Por que está chorando ? (Ele passou os dedos em meu rosto secando minhas lágrimas)

D -- É que... olhando para a foto da sua irmã e vendo que era tão jovem, me fez lembrar e sentir a perda de uma pessoa também. Que tinha quase a mesma idade que ela.

U -- Então, você perdeu alguém mesmo ? Era a pessoa por quem se apaixonou no passado ?

Não sabia que desculpa daria dessa vez, mas assenti com a cabeça de maneira involuntária. Eu não estava conseguindo raciocinar direito por ter descoberto isso dessa forma e assim de repente. Se já era um choque para mim, imagina para ele se soubesse.

U -- Você ainda o ama ?

D -- Não. Já... já esqueci. Isso só me trouxe as lembranças de volta. Acho que esse tempo todo eu tive medo de perder alguém novamente. Era o que me impedia de me apaixonar de novo. Por isso era difícil eu me abrir e me permitir amar e ser amada.

Inevitable SinfoniaDonde viven las historias. Descúbrelo ahora