Capítulo 57

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Maratona 7/10

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DULCE

Depois que eu e Christopher demos uma rapidinha bem rapidinha no banheiro, ele encostou a cabeça no meu ombro e dormiu. Levei meu nariz em seus cabelos e inalei o máximo que conseguia do seu cheiro. Eu queria aproveitar o máximo ao lado dele. Todos os momentos em que estivéssemos juntos, porque eles poderiam ser os últimos. Eu ia demonstrar o meu amor por ele o quanto pudesse.

Logo eu adormeci também, mas não consegui dormir muito, creio que só umas três horas. Todos estavam cansados e com sono, menos eu e Alfonso. Christian e Maitê dormiam abraçados um no outro, Poncho analisava Anahí dormindo. Ele devia estar mesmo gamado nela e o pior é que ela parecia gostar dele. Não sabia dizer se gostava do mesmo jeito que ele, mas eles até que estavam se entendendo.  

Assim que chegamos, o avião pousou na cidade de Edimburgo e nos hospedamos em um hotel lá mesmo. No dia seguinte, tomamos café da manhã e alugamos um carro para ir para Stonehaven. Era um pouco mais de uma hora de viagem. Tinha muito tempo que eu não viajava de carro. Maitê e Christian foram sozinhos em um. Eu, Christopher, Anahí e Poncho fomos no mesmo carro. Christopher dirigia depois de ter revezado com Alfonso. Conversamos durante o caminho todo.

Alfonso -- Pessoal, o que acham de termos uma conversa diferente ? Pra descontrair e passar o tempo. (Ele disse depois de um tempo em que estávamos no silêncio) -- E também desabafar.

Dulce -- Tipo o que ?

Alfonso -- Como vamos morrer mesmo, a gente pode se conhecer melhor e dizer coisas das quais nos arrependemos e outras que gostaríamos de fazer. Por exemplo, eu me arrependo de… ter defendido os bandidos da pesada em alguns casos que peguei. E por não ter sido um vampiro tão bom quanto a Dulce.

Anahí -- Bem, eu não vou morrer ainda, mas me arrependo de… não ter passado esses últimos anos com a família. Eu podia ter tentado dar um jeito de me comunicar. Mesmo que isso colocasse nossas vidas em risco. E me sinto arrependida de ter matado um cara na Polônia. Aquilo me consumiu muito por um tempo.

Alfonso -- Quem você matou ?

Anahí -- Eu estava em um bar e já tinha bebido demais. Tive problemas com o álcool por um tempo.

U -- Sério ?

Anahí -- Sim. Era a forma de eu extravasar o estresse de todas as minhas missões. Quando eu saí do bar, um cara começou a me incomodar e não tive paciência pra atura-lo. Passei a faca na garganta.

Alfonso -- Au!

Anahí -- Descontei nele a saudade que tinha da minha família, o peso de estar sendo treinada pra enfrentar Logan e matá-lo. Eu queria largar tudo e voltar pra casa. Mas aí pessoas e mais pessoas da organização me imploravam por ajuda. Diziam que só eu podia chegar perto dele e destruí-lo. Que muitas pessoas confiavam em mim. O mundo confiava em mim. Me diziam que eu era importante e única. Que eu tinha o poder em minhas mãos de salvar o mundo ou de condena-lo para sempre. Não tive escolha. Precisei continuar treinando e matando cada vampiro aliado de Logan para desestabiliza-lo e quando chegasse o momento, enfrenta-lo sozinha. O pior é que estava dando certo. Os vampiros estavam com medo e pensavam duas vezes antes de sair pra morder alguém.

Alfonso -- Você fez uma escolha nobre. Eu não sei se no seu lugar, faria o mesmo. Eu costumo ser bem egoísta.

Anahí -- Eu não era e fiquei. Porém pensei no Christopher e na minha mãe. Não queria ficar longe deles. Mas se eu jogasse a toalha, eles iam morrer. De que ia adiantar escolher o meu lado ? A minha família ia ser prejudicada. Foi aí que me motivei. Pensei que era melhor ficar longe por alguns anos do que vê-los mortos, amaldiçoados ou escravizados. Decidi tentar acabar com a maldição e livrar o mundo de tudo isso. Ainda bem que tenho pessoas com quem me preocupo e me motivam.

Inevitable SinfoniaTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang