Capitulo 54

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Maratona 4/10

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DULCE

Christopher só podia estar ficando maluco de vez. Volta da cozinha com uma faca e me pede para morde-lo. Depois, corta a própria mão e diz que vai me obrigar a transformá-lo em vampiro. Ele não ia ter coragem de fazer uma estupidez daquela. Ainda mais um homem como ele. Jamais ia demonstrar tamanha fraqueza. Estava só querendo me assustar e me pressionar. Será que ele ia adiante com aquilo ? Quando se aproximou mais de mim, ofereceu seu pescoço para que eu mordesse.

O pior é que senti uma vontade enorme de morde-lo, como nunca senti antes em todo o tempo em que estivemos juntos. Seu sangue vermelhinho exposto bem na minha frente, o cheiro apetitoso e convidativo, me fez salivar e querer avançar em seu pescoço e cravar meus dentes ali com muita vontade e sugar seu sangue ao máximo. Devia ser tão delicioso quanto a sua porra que já me deliciei diversas vezes. Ele estava bem disposto a me fazer morde-lo. Christopher estava me atiçando, me instigando a fazer o que eu não queria mesmo que um lado meu quisesse muito.

Mas eu não podia. Por mais que eu estivesse magoada, meu sentimento por ele era bem maior que minha sede de sangue. Aguentei firme por dez anos, não ia ser agora que eu ia ceder. Só matei algumas pessoas para que Logan não desconfiasse que eu estava fingindo. Christopher também devia ter matado muito vampiro inocente.

Meus olhos ficaram vermelhos, mas consegui manter o controle. Se tinha uma coisa que eu podia fazer muito bem, era me controlar. Só atacaria alguém para me defender. Quando ele viu que eu não ia morde-lo, apelou para um segundo recurso: ia se ferir para que eu o salvasse através da transformação. Ele virou a ponta da faca para seu peito e ia golpear a si mesmo. Pensei que ele estivesse blefando, mas ele foi com tudo.

D -- Christopher, para! (Gritei, segurei a mão dele e forcei para o meu lado para que não fizesse uma burrada e algo de que fosse se arrepender depois)

U -- O que vai ser ? Vai me morder por vontade própria ? Já se resolveu ?

Tirei a faca da mão dele com tudo, a joguei longe e acabei cortando um pouco os meus dedos também.

D -- Para com isso! Não se dá conta de que não posso fazer o que está me pedindo ? Não posso!

U -- Por que ?

D -- Porque não quero que fique amaldiçoado. Não me peça pra fazer isso. Não vou fazer. (Eu gritei)

U -- Não me importo! Nada mais me importa a não ser você. Entenda! Estou disposto a fazer qualquer coisa pra ter seu perdão e provar que te amo muito.

D -- Eu não posso deixar que se machuque assim.

Minha voz saiu calma. Abri a minha jaqueta e rasguei o tecido da minha blusa. Em seguida, peguei a mão dele cortada, envolvi o tecido no corte, juntei as duas pontas e dei um nó nas costas de sua mão.

D -- Por favor, para!

Não estava sangrando muito, mas como todo ferimento, o sangue tinha que ser contido.

U -- Por que não quer me transformar ? Estou te pedindo. Se não fizer por bem…

D -- Não percebe que se você se ferir, estará ferindo a mim ? (Eu o interrompi. Minha voz saiu embargada e minhas lágrimas escorreram) -- Eu não posso fazer o que está me pedindo, Christopher. Não vou suportar te machucar. Não vou suportar que você seja assim como eu.

Ele me puxou pela cintura unindo nossos corpos. Levou a mão em meu rosto e acariciou. Seu toque fez com que eu fechasse meus olhos e levei minha mão até a dele que estava em meu rosto.

Inevitable SinfoniaOnde histórias criam vida. Descubra agora