Inevitable Sinfonia

Capítulo 61

CHRISTOPHER

Dulce estava tão radiante de felicidade. Eu amava ver seu semblante meigo, seu sorriso doce e seus olhos brilhantes. Estava prestes a acontecer tudo o que ela mais queria: matar o líder dos vampiros e voltar a ser uma humana. Conseguimos encontrar uma coisa que estava escondida há séculos. Ninguém esperava que fosse um osso humano e sim uma estaca de madeira com algum "poder especial."

E o mais surpreendente foi saber que os vampiros também desapareceram quando Logan desapareceu. Portanto, ainda restava a dúvida: eles voltariam mesmo ao normal quando ele morresse ? Eu não queria nem pensar em perder a Dulce. Voltamos ao hotel e tomamos um banho pra tirar a terra e como disse o Christian: a inhaca de cemitério.

D -- Você foi incrível! (Disse enquanto ensaboava minhas costas com suas mãos macias) -- Não sabe o quanto estou aliviada por finalmente termos encontrado a arma que pode pôr um fim nisso tudo.

U -- É muito bom te ver assim tão alegre e tranquila. Me deixa muito satisfeito.

D -- Não sou só eu que estou tranquila. Mas sim todos que há anos vêm tentando acabar com a maldição.

U -- Você tem esperado por isso há um bom tempo, não é ?

D -- Sim. Desde que Maitê encontrou as duas partes do mapa com os falecidos avós dela. Eu não fazia ideia de nada disso. Nem sequer poderia imaginar que vampiros pudessem voltar a ser humanos por se apaixonarem. (Ela disse enquanto massageava a lateral do meu abdômen)

Eu ia me sentir muito culpado se Dulce morresse. Porque ela teve a chance de se "regenerar" aquele dia na minha casa. Se eu tivesse acreditado nela, não teria matado Dylan Raymond. Ela devia ter descontado nele a raiva que estava sentindo de mim.

Dulce poderia ser uma humana agora se não fosse pela minha estupidez em desconfiar dela e acusa-la. Se eu tivesse reagido de outra forma naquele dia, não precisaria estar com o coração na mão por medo de perde-la. Seria esse o meu castigo ? Perder a mulher que eu amava como consequência de minhas atitudes e más escolhas ?

U -- Você é uma mulher muito forte, corajosa e decidida. Eu tenho tanta sorte por ter você, Dul. Nem sei se mereço tudo isso. (Me virei para ela e olhei fixamente em seus olhos)

D -- Você merece muito mais! E hoje, merece uma massagem bem relaxante antes de dormir. Sei que deve estar bem cansado. Não dormiu quase nada.

U -- Não dormi mesmo! Já são quase 4 da manhã. (Desliguei o chuveiro e me enrolei na toalha)

D -- Pois é. Quem me dera estar assim tão cansada quanto você. (Dulce se vestiu com um roupão)

U -- Não está cansada ? (Nós saímos do banheiro e nos sentamos na cama)

D -- Pior que não. E nem com sono. Por ser uma vampira, dormir é algo que faço bem pouco. Ter uma boa noite de sono por pelo menos oito horas seguidas, é uma das coisas que mais sinto falta. (Ela deslizou sua mão no colchão e olhou pra baixo)

U -- Não consegue mesmo dormir bem ?  

D -- Não. Isso acontece poucas vezes. Durmo no máximo cinco ou seis horas seguidas. Eu odeio não conseguir dormir como uma pessoa normal. Muitas vezes vejo o sol nascer. Por isso eu tenho mais tempo para compor canções e escrever poemas. Geralmente, as melhores inspirações vêm na madrugada quando perco o sono.

U -- Nossa! Deve ser bem ruim e entediante. Bom, pelo menos escrevendo você passa o tempo, né.  

D -- Sim. E também… observo você dormindo.

U -- Ah, é ?

D -- É.

U -- Desde quando faz isso ?