Capítulo 14

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Capítulo 14

Gaara Lincoln

Eu fiquei tenso, com os olhos paralisados na mulher deitada abaixo de mim, os cabelos azuis e longos espalhados pela cama em  forte constraste com o lençol branco, os olhos rosados aregalados e enevoados com o beijo, que, inchara e avermelhara sua boca pequena e perfeita. O barulho na porta que inicialmente nos interonpera voltou a ocorrer, me fazendo apertar os dentes pra impedir de rosnar. Eu suspirei fundo, tomando ainda mais consciência do cheiro delicioso da pequena meia vampira,  a pele de seu abdômen ainda estremecendo  abaixo da minha mão, enfiada debaixo de sua camiseta.

Eu me levantei vagarosa e pesarosamente de cima da mulher, me sentindo desconfortável e apertado em certo lugar. Minha "esposa" pareceu recuperar um pouco de lucidez, ao olhar para meu rosto ainda um pouco confusa, mas com uma pontada de arrependimento que crescia gradualmente. Me fazendo praguejar baixinho, antes de fugir do quarto a passos rápidos, batendo a porta mais forte do que precisava, quase arrancando a mesma das dobradiças tudo para que eu não voltasse a me jogar na mulher como uma besta cega envolta em luxúria.

Eu olhei pesadamente para o ômega, a pouco mais de um metro da porta do meu quarto. Não era nada mais que um garoto asiático, que estava esperando despretenciosamente por mim, com os ombros rígidos aparentando estar caídos, e a cabeça baixa escondendo os olhos afiados atrás do cabelo preto que batiam no queixo, mas que eu sabia que continha um tom de travessura, como um adolescente rebelde, disposto a desafiar a desafiar os pais simplesmente para explorar seus limites, mesmo que sua postura mostrasse um sinal de submissão, não precisava de muito para saber que não era o caso.
O jovem  não precisava usar esse personagem de subimisso, com toda a postura de dominado, aquele era só mais um dos inúmeros peões dos anciões, que estavam espalhados pelas alcatéias... Aqueles cachorros sarnentos... Eu me impedi de rosnar com a direção dos meus pensamentos, tirando a atenção do garoto por um momento, quase me distraindo com o cheiro sedutor da meia vampira, do outro lado da porta.

Desde o desaparecimento dos meus pais, eles tentavam a todo custo me domar  e tomar para si meu poder como supremo alfa, desde criança. Idiotas do caralho sedentos por poder.

- O quê é? - Eu rosnei, destilando ódio para o outro. O jovem lobo se encolheu ainda mais sobre si... Aquele tipo de lobo era muito conhecido por mim, não eram exatamente guerreiros ligados pelo companheirismo, que abraçavam a matilha como se fossemos um. Aquele garoto era mais pra uma raposa, que ganharia a custa dos outros ou pelo que lhe daria mais vantagem, do que pelo laço de união.

Eu me sentia amargo com isso, parecia mais um dos meus fracassos em manter esses seres desprezíveis juntos, ou mesmo velos como um dos meus... E não era só minha matilha, mas também entre as outras alcatéias, aquelas que indiretamente estavam sobre meu comando espalhadas pelo mundo, nem todos aceitavam que a Lua me  agraciara como soberano, mesmo antes de nascer, e eu não gostava de me impor como o mais forte simplesmente porque podia... Me deixando em uma encruzilhada entre ser um tirano e ser um idiota.
A violência e o medo realmente não resolviam tudo, nem me davam o devido retorno ou respeito, mas por outro lado ser tolerante me deixava preso com essas "doninhas" traiçoeiras. Um monte deles.

O ômega ergueu os olhos para mim, com os lábios apertados, como se tentasse se impedir de sorrir.

- Alfa, peço mil perdões por interonper  a sua noite de diversão, mas os anciões solicitam uma audiência com você, supremo.

Se é que era possível, meu humor azedou ainda.

- Como é? - Meu lábios se ergueram minimamente, apenas o suficiente para ele ver minhas presas. - Desde quando o conselho pode me convocar quando bem quiser?

A Noiva Do Rei  (O Filho Do Alfa)Where stories live. Discover now