Capítulo 10

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Capítulo 10

- Zara... Zara... Acorde...

Um? Essa voz... Mãe? Mamãe?!
Eu abri os olhos depressa, com medo que aquela voz gentil gravada em minhas lembranças desaparecesse como poeira, não me importava se era um sonho... Ou alguma ilusão da minha cabeça, ainda estava grata por não esquecer... Por nunca esquecer.

Eu estava com a cabeça no colo de alguém, um rosto em formato de coração entrou no rumo da minha visão, com os brilhantes cabelos azuis, que eu erdei dela, ainda os calorosos olhos amendoados, e o sorriso gentil. Mãe...

Senti meus olhos se encherem de lágrimas, e um nó na minha garganta  ameaçou roubar minha voz, eu levantei os dedos trêmulos para tocar seu rosto, com medo que ela desaparecesse. Era real... Ao menos tanto quanto um sonho pode ser.

- Ma.... mãe... - Eu solucei agarrando a sua cintura ligeiramente arredonda, com medo que se eu soltasse, ela fosse embora.

- Veja como você cresceu, pequena flor, de tornou uma linda donzela... - Ela riu baixinho, tocando a ponta da minha cabeça, fazendo com que meus olhos se enchessem ainda mais de lágrimas.

- Porque? Porque você nunca voltou mamãe? Porque? Eu esperei tanto... Porque me disseram que você morreu? Que se matou? Não você... Mãe... - Eu senti meu peito apertar mais uma vez, prestes a desmoronar.
Senti ela suspirar e  passar as mãos suavemente pelo meu cabelo.

- Escute Zara... - Ela levantou meu rosto, me olhando com um sorriso triste. -  fiz para proteger você, somos apenas vasos, recipientes úteis para aquela coisa... Nossa linhagem pertence e veio da magia minha menina, e por isso somos caçados... E dizimados. - Ela me olhou com uma profunda tristeza. - Minha pequena, eu quero que viva, então...  Nunca se apaixone, você me entende Zara? Não entregue seu coração a ninguém.

Franzi a testa confusa, somos um vaso? Isso era um enigma?
Como assim não se apaixonar? O que tinha a ver uma coisa a outra?

- O que? Mãe? Me proteger? Quem está nos caçando? - Ela somente sorriu mais uma vez, e, se inclinou e me deu um beijo casto na testa. - Mãe... Mamãe?

- Viva bem minha Annwyl ...

Eu gritei, desesperadamente, ao me sentir caindo em um vazio intangível e profundo, de pura solidão, um breu que nem a pior criatura de maldade conseguiria escapar.

[°°°]

Ugh, merda.

O que foi que eu sonhei? Com quem eu sonhei? Algo sobre vaso? Um vaso sanitário talvez? Um vaso funerário?

Coisa assustadora, eu não conseguia mesmo me lembrar.

Mas que diabos, porque minha cabeça doía tanto? Eu fui atropelada por algum troll furioso?

Tentei me remexer ainda sonolenta, tentando fracamente escapar do aperto suave e firme na minha cintura, mas estranhamente confortável. Quente... Muito quente. O que é isso nas minhas nádegas?

- Deus, fica quieta... Você não vai querer o que vai vim depois, passarinho.

Eu endurecido como se levasse um choque, e abri os olhos em pânico, eu reconheci essa voz grave e levemente rouca, e ela estava literalmente, baforando no meu pescoço.
 

A Noiva Do Rei  (O Filho Do Alfa)Onde histórias criam vida. Descubra agora