Capítulo 11

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Capítulo 11

"7 ° - Os envolvidos não deverão, em hipótese alguma, matar diretamente um ao outro, antes da estipulação do fim do contrato."

Isso não significaria que estava tudo perdido, quero dizer, que contrato que não houvesse brechas?
Eu suspirei fundo, estremecendo interiormente, enquanto sentada de frente para o lobo, eu via o papel branco manchado por nosso sangue, flutuando lentamente, a nossa frente. Um fogo sem calor, e que não lançava luz, queimava sobre as  runas de uma língua já morta e praticamente ilegíveis no papel, até que não sobrasse nada, nem cinzas. Os olhos do homem me observavam atentamente, como se observa-se a minha alma, me dando calafrios. Eu engoli em seco, não aguentando a intensidade do Lincoln.


"Meu Marido..."

Um contrato de casamento.  Não somente um simples contrato, mas um de sangue. Um com regras severas muito além do que um matrimônio deveria ter, com base no poder e equilíbrio frágil, não em amor.
Era uma faca de dois gumes para o meu lado, mesmo que fosse  minha sugestão em uma hora  desesperadora como uma oferta ao "demônio" tentando salvar desesperadamente a minha preciosa pele.

Não era surpresa, eu estava andando nas pontas dos pés ao redor do rei lobo, desde que me capturaram, sempre com medo de que pudesse perder minha cabeça a qualquer momento, mas um contrato pode significar a diferença entre a morte e algo pior do que a mesma. Mas também, era inegável, me garantiria a minha sobrevivência, como um canário selvagem que teve as asas machucadas e foi posto em uma gaiola, as mesmas barras que restringiram a liberdade do pássaro era o mesmo que impedia que ficasse a mercê de poderes muito maiores, mesmo que seu carcereiro ainda fosse uma ameaça fatal, também era aquele que o protegia e alimentava.

Pela noite eterna! Estar no mesmo lugar que o lobo estava me deixando maluca, eu estava me comparando a um canário engaiolado. Um maldito pássaro de estimação. Mas também não era uma analogia perfeita, longe disso, porque por mais que os laços da magia do contrato me prendesse, eu não estava nessa sozinha, o lobisomem também andava nas mesmas algemas que eu. Lado á lado.

Ao invés de eu me comparar com um canário de estimação, era mais fácil dizer que não passávamos de dois animais selvagens brigando pela dominação na mesma jaula pequena. Sempre testando um ao outro. 

Mordi os lábios, com força, a dor me ajudou a me concentrar sobre os meus próximos passos. Não era por que uma das cláusulas do contrato dizia que não pudéssemos matar diretamente um ao outro, que não significaria que não houvesse maneiras. Eu não era estúpida, assim como eu podia encontrar brechas no contrato, era o mesmo para o lobisomem, e seria patético simplesmente acreditar que eu estava segura. Não, toda cautela era importante.

- E agora? - Eu olhei para o meu agora, "marido." - E as coisas não ditas no contrato?
Ele levantou uma das sobrancelhas, com um leve toque de confusão nos olhos, escorado confortavelmente na cadeira do seu escritório. O lobisomen me levará até um dos cômodos ao lado do seu quarto, seu escritório particular, onde discutimos o que queríamos explícito no contrato. E ali estávamos nós, oficialmente amarados pouco tempo depois. Por algum tempo.

- O que quer dizer? -

Senti minhas bochechas esquentando,  não é que eu fosse totalmente inocente, eu sabia como os bebês eram feitos. Era só que eu não conseguia falar tão leviamente sobre o que um casal, casados, faziam entre quatro paredes.

A Noiva Do Rei  (O Filho Do Alfa)Onde histórias criam vida. Descubra agora