Capítulo 8

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Capítulo 8

Inglaterra, mansão  Chatsworth House. 5,6 km a nordeste de Bakewell, Base principal de caçadores do Reino Unido. Sub-solo, 17:44.

Fenrir engoliu em seco, nervoso, antes de respirar fundo e bater na porta de mogno pesada e escura. O som dos nós de seus dedos, na porta antiga o fez imaginar alguém batendo os pregos do seu caixão. Assustador.

O caçador já passara por muitas coisas em seus quase trinta anos, mas aquele velho desgraçado, ainda dava arrepios só de pensar em olhar aquele rosto envelhecido e mucho, sem contar é claro, ele... O mestre da mansão e seu conselho estupidamente assustador.

- Entre. - A voz baixa do mestre da mansão  quase fez o caçador voltar por onde ele tinha vindo. Não que ele conseguiria fugir é claro.

O homem andou firme para dentro do cômodo, sem deixar qualquer indício de que ele estava com medo, ignorando do fundo do coração a porta batendo atrás dele, como se fosse o final de sua sentença. Fenrir se curvou, ignorando os olhares que sentia em cima dele. Nem por todo o dinheiro do mundo ele falaria ou levantaria a cabeça sem ser convidado.

- Levante a cabeça e fale. - A voz rouca e seca, ordenou, como se estivesse permanentemente com sede.

Fenrir se ergueu, olhando para um ponto acima da cabeça do mestre da mansão, não que ele estivesse vendo muito, já que o mesmo estava na penumbra, somente seus olhos, assustadoramente brancos e leitossos apareciam entre a escuridão.  Fenrir engoliu em seco, era muito mais fácil caçar um clã de vampiros sozinho do que aguentar toda aquela pressão que vinha do mestre.

- Os espiões confirmaram, a princesa encontrou o Rei Lobo, e ele está com ela. - Ele suspirou, ao comprovar que sua voz saia perfeitamente e sem falhas.

- Perfeito. - A voz susurou, cheia de malícia, mandando calafrios ao caçador. - Conselheiro, traga. - Fenrir se encolheu quando o Velho, como era conhecido saiu dentro da escuridão arrastando algo como se fosse um cachorro vadio morto.

Fenrir estremeceu, ao reconhecer, era Allan o antigo guardião da princesa, seu corpo parecia ter sido mastigado por um monstro gigante, muitos pedaços do seu corpo já não existia mais ou não deveriam estar aonde estavam. Fenrir não conseguiu se impedir de tremer novamente.

- Allan o carrasco... Está pronto para me dizer o que tinha no envelope do último rei Vampiro? Erick Deargh o vermelho... O que tinha que precisou ser selado? Estou realmente expectante... - A voz arrastou, como se fosse unhas afiadas arranhando um quadro.

O guardião olhou com ódio para a escuridão, antes de cuspir saliva misturada com sangue no chão, em sinal de desprezo, antes de fechar a boca a  mantendo  firmemente fechada.

- Velho, com todo esse tempo e você não conseguiu quebralo? - O ser escondido na escuridão suspirou, com óbvio nojo e desprezo. - Que inútil.

- Peço desculpas excelência, é só uma questão de tempo. - O Velho se curvou, pólidamente com a mão direita sobre o coração em sinal de respeito a escuridão.

- Tempo. - Um suspiro irritado saiu da escuridão, fazendo o coração de Fenrir tremer, e principalmente colocando dúvidas em seu coração. " Ele realmente sairia vivo dalí?" - Não quero mais esperar, alguém vai buscar para mim.

O caçador ficou imóvel, apavorado que a responsabilidade fosse jogada sobre ele.
O silêncio caiu em todo o salão. Por um momento o homem jurou que podia ouvir seu próprio coração disparado.

- Porque não mandamos Caido? - Uma voz suave e feminina saiu de dentro da penumbra. Provavelmente um dos conselheiros do mestre da mansão.

- O quê? Ele não está pronto! - Uma voz ranzinza acompanhou a sugestão, em óbvio protesto.

A Noiva Do Rei  (O Filho Do Alfa)Where stories live. Discover now