Capítulo 24

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Capítulo 24

"O bem e o mal, duas facetas que existem em cada ser vivo, em maior ou menor medida. Existe um padrão factual, onde cada ser vivente pode ser separado, seja herói, vilão ou simplesmente cinza... As pessoas comuns. No entanto, nem todos os heróis são famosos e justos, nem todo vilão é mal desde o berço e, nem toda pessoa normal será sempre cinza... Em que momento um herói fica deturpado? Ou um vilão aplacado? Em que momento um cinza se corrompe?" - A voz suave se embargava, às vezes me fazendo estremecer, outras vezes me ninava. Mas sempre repetindo as mesmas frases, verso após verso, me guiando e me atraindo pela escuridão pegajosa. Era um sonho certo? Outro. Se os pesadelos e as ilusões não parassem de me atacar repetidamente, eu acharia que estava no inferno, mesmo que eu "provavelmente" já estivesse condenada, uma ida tão cedo era preocupante. Ou bem, Morpheus estava irritado por algum motivo.

Mas o que exatamente a voz perguntava, pois existiam milhares de respostas para uma pergunta tão vaga... Era mesmo uma pergunta? Ou um enigma? Porque se sim, havia situações que deveriam ser postas em questão:

Em que momento em que um equilíbrio perfeito entre o bem e o mal se tornará vil? Não, em que momento o bem passa a se tornar cinza?

Era o destino que determinava quem seria mal, bom ou cinza? Afinal uma criança que cresce vendo o mal ela teria uma maior possibilidade de tomá-lo para si... Certo? Então se eu julgar o mal, por ele ser "mal'', eu me torno mal em qual momento? Empaticamente eu não poderia julgar algo, em que eu não pudesse entender, o meu eu automaticamente me tornaria o mal... Isso partindo do princípio que era o mal mesmo, já que para cada ser vivente o bem eo mal são únicos... O que poderia ser o mal, ou o bem para um outro, não seria para mim.

- Que interessante, vejo que não é a primeira vez em que você pensa sobre a filosofia da vida... - Uma voz cansada e triste sussurrou do meu lado, chamando minha atenção. Um barulho de uma bengala, se aproximou lentamente de mim, onde um velhinho de túnica simples azul, e um chapéu coco sorriu, um sorriso bangela, me desarmando da minha proteção em guarda. - Olá criança, você cresceu muito bem... Não ligue tanto para ela... Ela costuma ficar um tanto emotiva.

- Ela? - Perguntei, reparando que a voz que me acompanhava e me questionava desde que eu chegara a aquele lugar tão escuro, não passava de um sussurro, mal fazendo cócegas ao ouvido.

- Morgana, minha irmãzinha é um tanto raivosa, e me odeia tanto quanto a este lugar... Mas ao contrário do que se pode imaginar, todo seu ódio e malícia é dirigida somente a mim... Afinal, ela nunca tocaria na preciosa filha de sua amiga... Seu marido por outro lado... - Ele gargalhou, uma risada áspera embora não me causasse nem um tipo de medo, mas me dava um arrepio inexplicável.

- Quem é você? E como assim machucar meu marido?- perguntei ao velhinho que se aproximava cada vez mais de mim com a mão estendida.

- Oh, querida! Estou falando de seu amado pai, marido de minha pequena tataraneta de Allyssa, sua mãe... tudo foi muito bem arquitetado naquela época oras, queriam esconder de mim aquele bastardo e sua família, mas para os meus planos eles não deveriam existir que sorte a minha que a aniquilação deles deu errado certo?! ou jamais teria conhecido um galho tão poderoso como você tão longe da linhagem... olhei para aquele velhinho sem compreender o que estava acontecendo naquele momento, mas no meu coração algo dizia que estava errado que a ordem das coisas estava embaralhada assim como os fatores e personagens.

Ao ver a confusão em meu rosto o velhinho sorriu com carinho e afagou minha mão,aquele toque leve e gentil percorreu o meu corpo esfriando cada célula no meu corpo, todos os meus pelos se eriçaram e minhas presas desceram involuntariamente detectando uma ameaça desconhecida, o velhinho me encarou por um momento e então seu sorriso congelou e então sua feição mudou de carinho para espanto e em seguida clareza.

A Noiva Do Rei  (O Filho Do Alfa)Where stories live. Discover now