Capítulo 3

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Capítulo 3

Não há segredos realmente ocultos, só verdades levemente escondidas bem, bem abaixo da superfície em tal ponto em que ninguém pode ver ou saber, enterrado nas partes mais sombrias da mente e do coração. Dentro de cada ser vivente a algo tão sujo quanto a própria imundície. E nem humanos e muito menos sobrenaturais escapam desse fardo.
No entanto ninguém nasce mau ou bom.

Não é algo que vem do dia para noite, e sim, uma construção de tudo aquilo que nos cerca. A maldade faz a maldade, assim como a bondade faz a bondade.

Mesmo eu, que sou uma híbrida, uma aberração da natureza ainda sou sujeitas as leis do universo.
O pressuposto e que quando se vive com monstros,  acaba por se tornar um. Ao menos é o que eu gostaria de afirmar sobre mim.

Mas sinceramente, isso é tudo bobagem, é tudo sobre sobrevivência, e isso vale tanto para uma princesa vampira fugitiva ou um simples  humano na verdadeira base da cadeia alimentar, alguém bom pode muito bem se tornar um monstro em questão de segundos se isso significar que ele poderá sobreviver. É um fato.

Por isso não existe uma verdade universal, quero dizer, sobrenaturais não são de todos maus, assim como humanos não são de todos bons.

Quando se sente a escuridão, nem que seja por um segundo, ela também sente você, te engole por inteiro, mas mesmo assim para se ter o conceito de trevas, sempre terá que existir a Luz, e mesmo no mais hediondo, famigerado e terrível monstro, existe uma faísca. Nem que seja como uma chama trêmula de um fósforo. Ao menos era o que meu pai dizia.

A questão é, eu estava muitíssima disposta a virar um monstro temível das cabeças aos pés, se isso significasse minha sobrevivência e ter todos curvados em submissão na minha direção de volta. E se o que papai dissera fosse mesmo verdade, eu não me importava em abraçar a mais escura noite por vontade própria, até que a luz em mim morresse completamente se isso fosse o trunfo entre a vitória ou a derrota.

Mesmo assim havia uma parte minha, que resistia firmemente a escuridão, uma parte que era difícil disfarçar, então eu continuamente a esmagaria no meu coração, e a esqueceria até que não mais existisse. Os fracos morrem cedo.
O

mundo não era bom, para os bons.

Eu suspirei olhando através da janela escura do veículo moderno, ignorando os olhares e o cheiro tentador de sangue de outros passageiro dentro do tal "ônibus de viagem." Se eu estava incomodada com todos aquele olhares, eu não podia imaginar como estava sendo para Alan sentado a poltrona atrás de mim, no fim do ônibus, já quê tentando ao máximo se proteger contra a pouca luz do sol que passava pela pequena frestas pelo veículo ele vestia um enorme casaco preto, luvas, óculos escuros de lente dupla e um enorme chapelão, tudo da cor preta para difundir a luz, mas tudo o que conseguia era se assar dentro daquele bolinho de roupas, eu sentia até um pouco de pena do vampiro, pois se estava desconfortável para mim, não podia imaginar como era para ele, já que seus instintos e  seus sentidos era quase duas vezes maior do que o meu e isso sem contar os olhares atento dos outros passageiros preocupado com o sujeito suspeito e encapuzado em um calor de quase 40 graus em pleno verão da Califórnia. Para meros humanos era realmente  intimidante, como um bando de pequenas raposas enfrentando uma pantera selvagem.

Ao menos meu lado humano me permitia andar livremente ao sol, embora eu não gostasse muito. Uma das poucas facilidades que minha condição apresentava.

- Então, você é da onde gata? - Eu olhei para o adolescente chato que a duas horas tentava puxar papo comigo, sentado na cadeira ao meu lado,
que vestia uma roupa que gritaria socorro para qualquer estilista que olhasse para ele,  com as calças largas jeans e uma regata justa se agarrando no  peito magricela, o cabelo na altura do seu ombros, e o rosto cheio de espinhas, com a enorme quantidade de correntes e colares em seu pescoço que me fazia me perguntar como ele conseguia manter a cabeça erguida. Mas uma coisa eu tinha que concordar, nenhum vampiro morderia aquele pescoço protegido assim... - Você é estrangeira? Seu cabelo azul é muito foda! Que tinta você usa?

A Noiva Do Rei  (O Filho Do Alfa)Where stories live. Discover now