Capítulo 2

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Capítulo 2


Merda! Merda! MERDA!

Eu resmunguei arrastando o corpo do cadáver com o dobro do meu tamanho, o tirando da visão da rua, tinha certeza que se qualquer pedestre passasse pelo bar do lado de fora e visse uma mulher coberta de sangue em um lugar cheio de mortos estripados, em só um toque na pequena caixinha que se chamava celular, as autoridades problemáticas do país e caçadores de vampiros estariam aqui se amontoando em um piscar de olhos e isso era sim, um problemão.

Sem testemunhas.

Eu  estava letárgica, já que tomara tanto sangue que se eu disser que cometera o pecado da gula não era exagero, e o pior,  nem  sequer tinha forças para fugir se ouvesse um ataque, de tão lenta que estava.

Inconveniente e lamentável.

Enxuguei o leve suor na minha pele pálida, eu não passava de um gatinho manhoso, quero dizer, era como alimentar um tigre e deixá-lo estufado e com sono... Era assim que funcionava minhas duas partes.

Uma era como uma homicida gulosa por sangue, irritada e mau humorado, mas incrivelmente forte, minha parte vampirica e por outro lado era quando eu cedia a tentação e depois ficava letárgica, calma e incrivelmente fraca... Como a porra de uma maldita humana.

Maldição.

Eu era obrigada a ficar de dieta, se não quisesse ter uma morte horrível nas mãos do impostor, mas eu ficava irritada com fome e propensa a virar uma genocida. O que também não era bom, vampiros viciados em sangue não viviam muito e tinham mortes horríveis. Eu não podia me dar ao luxo...

Sim, agora eu não tinha mais papai para me proteger... Era eu e eu.

Eu finalmente fiz um último esforço e consegui com sucesso esconder o último bêbado atrás do balcão de bebidas. Franzi a testa sem jeito, eu realmente fora muito violenta, quase me sentia mal por retalhar os humanos fracos, mas, bem... Que tenham uma boa vida em Vahalla. Eu olhei com culpa para o bar, já que durante a fuga dos frangotes pelas suas próprias vidas, o bar fora quase todo destruído, com garrafas quebradas, mesas destruídas um ou dois membros humanos aqui e alí e muitas manchas e poças de sangue. Precioso sangue.

Não, nem pensar.... Se eu bebesse mais sangue eu não passaria da força de uma adolescente. Credo!

Argh, minha maldição ataca...

- Mas o que... Jesus Cristo! - Uma voz resoou atrás de mim, vindo da porta dianteira.

- Quem? - Olhei confusa para Allan que entrou no bar sem fazer sequer um som, ele arrumou os óculos de meia taça sobre o nariz, embora eu duvidasse que ele realmente precisasse deles... Quero dizer, um vampiro míope? Que piada!

- O que aconteceu neste lugar em menos de dez minutos alteza? Por acaso havia ao menos um clã de vampiros para causar esse massacre? Quem poderia comer tanto?

Levei a mão a boca, escondendo as presas e meu constrangimento. Sim, eu exagerei, extrapolei e desenvergonhadamente, fiz por puro capricho... Eu sou uma das vadias. Embora uma muito elegante. Ao menos normalmente, já que meu lindo vestido estava agora, puído.

- Bem, talvez eu tenha exagerado, mas tenho um bom motivo! - Suspirei calma, alisando as pregas do vestido sujo e rasgado, tentando disfarçar os danos já que agora ele não mais parecia um belo vitoriano e sim uma fantasia de honra de uma casa de horrores.

A Noiva Do Rei  (O Filho Do Alfa)Where stories live. Discover now