109. Segundas Intenções

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 "Irmão!

Eu vou contar para vocês

A história daquele rapaz

Que só queria saber de farra

Que só queria saber de reggae

Até que um dia, irmão, ele encontrou a luz


Aleluia! Aleluia! Aleluia!

Eu era um bêbado

Que vivia drogado

Hoje estou curado

Encontrei Jesus! Encontrei Jesus! Encontrei Jesus!


Na casa do Senhor não existe satanás

Xô Satanás! Xô Satanás!

Na casa do Senhor não existe Satanás

Xô Satanás! Xô Satanás!


Eu tava na vida

Quase a me perder

A minha tentação

Foi amar você

Com tanta loucura

Eu não aguento mais

Xô Satanás! Xô Satanás!

Xô Satanás! Xô Satanás!"

    Xô Satanas - Asa de Águia


109. 

Me vesti sentindo o corpo dolorido além da cabeça que não parava de latejar. Minha memória estava embaralhada e eu não tinha me dado conta do que tinha feito na noite anterior. Me rastejei até a porta, e meu pai ainda estava me esperando de braços cruzados.

— Garoto, o que aconteceu? Você tá parecendo um zumbi! — Perguntou espantado. — Você andou bebendo? — Questionou baixo, segurou meu queixo e se aproximou.

Não tinha o que fazer, provavelmente o cheiro de vinho era evidente. E minha cara não devia estar das melhores.

— Só tomei uma cervejinha depois dos estudos pai...

— Não acredito Daniel! — Fez uma pausa me empurrando para dentro do quarto. — A gente conversa sobre isso depois! — Tirou os óculos e me segurou pelo ombro. — Vai tomar banho no meu banheiro, lava bem essa boca e depois pega uma pastilha... Tem no armário lá! Vai, que eu vou tentar distrair tua mãe.

— Ela está aqui na sala? Sozinha? — Questionei espantado lembrando do videogame e dos CDs. — Diz a ela que eu não vou... Estou muito cansado pai! Trabalhei, estudei e treinei a semana toda... — Resmunguei sentindo as pernas pesadas.

— Cansado, mas encheu a cara não foi?

— Não enchi a cara pai! Era sexta a noite já! Foi só...

— Não inventa desculpa rapaz! Você marcou algo com ela, agora se responsabilize! E se ela descobrir que você bebeu não sei nem que castigo eu vou te botar, entendeu?

— Tá bem... — Concordei suspirando e sentindo meu bafo de álcool.

Merda! Se Monique me visse naquele estado seria muito ruim. Não somente para mim, mas meu pai levaria a culpa por algo absolutamente irresponsável da minha parte. E a irresponsabilidade não era por ter bebido em si, mas, ter combinado algo com minha mãe e ter "esquecido".

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