85. Invasão

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 "Once in a house on a hill

A boy got angry

He broke into my heart

For a day and a night

I stayed beside him

Until I had no hope


So I came down the hill

Of course I was hurt

But then I started to think


It shouldn't hurt me to be free

It's what I really need

To pull myself together

But if it's so good being free

Would you mind telling me

Why I don't know what to do with myself


There's a bar by the dock

Where I found myself

Drinking with this man

He offered me a cigarette

And I accepted

'Cause it's been a very long time"

     To Be Free - Emiliana Torrini


85.

De repente ouvi a voz de Phil gritando, acordei desorientado e nem sabia onde estava direito. Não compreendi nada do que ele falou e demorei alguns segundos para entender que eu estava no sofá da casa dele. Minha cabeça doía, talvez por conta do álcool ou só por ter sido despertado tão abruptamente.

Tentei encontrar meu namorado com a visão, mas a casa estava quase toda escura. A sala era iluminada somente pela tela com chuvisco da TV e por uma outra luz fraca vinda do corredor.

— Phil! — Chamei me levantando. — Cadê você?

Não houve resposta, então fui até a outra fonte de iluminação que vi, quando cheguei no corredor, percebi que era do quarto de Wanda. Por um instante tive receio de entrar naquele cômodo que parecia tão impessoal para mim.

Phil estava sem camisa, descalço e olhava pela janela segurando uma faca grande na mão. Aquela cena pareceu esdrúxula e demorou a fazer sentido.

— Babe... O que houve? — Questionei baixo, temendo a reação do que parecia um sonho perturbado.

— Tinha um cara aqui... — Falou baixo como se quisesse que eu fizesse silêncio. — Estava aqui na janela da minha mãe!

— O quê? — Senti uma pontada de dor da cabeça. — Alguém entrou na casa?

— Foi... — Ele olhou para mim. — Não precisa ter medo...

— Não tô com medo... É que... Acordei com você gritando.

— É que eu gritei pra ele ir embora... Aliás, nem sei o que eu gritei direito.

— Tem certeza que tinha alguém aí? — Questionei tocando o braço dele. — Não fumou demais?

— Sério Dani? — Ele repeliu meu braço. — Volta a dormir! — Respondeu sério.

— Desculpa... É que...

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