156. Lembranças Turvas

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 "Loving you so,

I was too blind to see you

letting me go.

Now that you've set me free


It's gonna take a miracle, ooh

yes, it's gonna take a miracle, ooh

To make me love someone new,

'Cause I'm crazy for you, oh!


Didn't you know

It wouldn't be so easy

letting you go?

I could have told you that


Now I know I can't get through to you

I'm promise I will show you how much you're

turning me around, destroying me.

I'll never be the same anymore.


You must realize

You took your love and left me

Quite by surprise.

You can be sure that now


It's gonna take a miracle,

yes, it's gonna take a miracle

to make me love someone new,

'cause I'm crazy for you.


Yes, it's gonna take a miracle..."

     It's Gonna Take A Miracle – Laura Nyro


156. 

Pensei ter ouvido um barulho de água... O som das ondas? O som de gotas? Minha visão estava turva e todo o meu corpo estava dolorido. Aos poucos consegui abrir os olhos. Estava em um quarto diferente, muito estranho! Onde eu estava? Tudo era branco e com um cheiro específico de limpeza... Eu conhecia aquele cheiro incomum! Creolina! Era um quarto de hospital! Tentei me apoiar para sentar, mas senti uma pontada incômoda no antebraço. Uma mangueira... Segui com a visão... Uma bolsa pendurada... Soro? O barulho das gotas... O que eu estou fazendo aqui? Como eu cheguei aqui? Eu... Eu não tinha chegado ali sozinho. A última pessoa que vi foi...

Ao tentar lembrar, foi como se um tsunami de lembranças me derrubasse! Senti a visão escurecer e o corpo formigar para depois perceber que Pietro estava sentado numa poltrona do outro lado do quarto foleando uma revista. Não, não, não... Não podia ser verdade! Tinha sido um sonho! Um pesadelo! Tudo aquilo não podia ser verdade! Gemi ao sentir o peito latejar. Estava com um curativo, assim como minha outra mão.

— Finalmente hein?! — Pietro se levantou e se aproximou, parando a certa distância. — É Daniel quem está aí?

— O quê? — Perguntei sem entender do que ele estava falando. E ainda tentando juntar os poucos fragmentos de memória que me vinham em flashs. — O que eu tô fazendo aqui?

— Eu te trouxe. Você não lembra? — Se aproximou mais.

— Não lembro de nada...

— É Daniel quem está falando?

ARCADEWhere stories live. Discover now