185. Revirada

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 "This ain't a song for the broken-hearted

No silent prayer for faith-departed

I ain't gonna be just a face in the crowd

You're gonna hear my voice when I shout it out loud


It's my life, it's now or never

I ain't gonna live forever

I just want to live while I'm alive

(It's my life) my heart is like an open highway

Like Frankie said: I did it my way

I just wanna live while I'm alive

It's my life


This is for the ones who stood their ground

For Tommy and Gina who never backed down

Tomorrow's getting harder, make no mistake

Luck ain't even lucky, got to make your owns breaks


Better stand tall when they're calling you out

Don't bend, don't break, baby, don't back down"

     It's My Life — Bon Jovi


185. 

Jonas ainda parecia desacordado, mas, minha reação foi não ter ação nenhuma. Olhar o sangue dele se espalhando pelo chão branco não era desagradável de ver. A cada linha divisória da cerâmica parecia ainda mais deleitoso de assistir. Poucos segundos depois ouvi o som de passos descendo as escadas para o vestiário. Eu saí do transe mas, ainda tentando calcular o que tinha presenciado.

— Que porra! O que houve? Jonas! Jonas! — Um dos colegas de futsal se apressou para acudir.

— O que tu fez, moleque? — Um outro me perguntou.

— Vai, fala o que tu fez... — Paolo se encostou em mim.

— Eu não fiz nada! Eu estava no banho, não tá vendo? — Falei gesticulando para meu próprio corpo. — Mas, é melhor você se afastar, senão vai acontecer com você!

— Não foi ele, tá maluco? — Marcelo apareceu ao meu lado. — Foi Philipe porra! Vocês não viram ele saindo daqui arrastado pelo treinador?

— Não precisa me defender... — Falei sem querer parecer grosso.

— Hey cara, deixa disso! Vamos levar Jonas para a enfermaria! — O outro rapaz do time falou.

— Se vocês da natação tiverem alguma coisa a ver... — Paolo ameaçou.

— Eu resolvo contigo lá fora, se você quiser... — Respondi erguendo o queixo.

— Tu não tem nem tamanho, moleque. — Se aproximou novamente.

— Hey, já falei que não foi ele! — Marcelo entrou na frente e afastou o outro.

Finalmente saíram carregando Jonas e meu amigo ficou um momento olhando para as manchas de sangue no chão e no banco.

— Caramba, parece que mataram um bicho aqui.

— Pois é. — Concordei e comecei a me trocar. — Não morreu...

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