ARCADE

31. Autobiografia Alheia

"Mis dias sin ti son tan oscuros

Tan largos tan grises

Mis dias sin ti

Mis dias sin ti son tan absurdos

Tan agrios tan duros

Mis dias sin ti

Mis dias sin ti no tienen noches

Si alguna aparece

Es inutil dormir

Mis dias sin ti son un derroche

Las horas no tienen principio, ni fin

Tan faltos de aire

Tan llenos de nada

Chatarra inservible

Basura en el suelo

Moscas en la casa

Mis dias sin ti son como un cielo

Sin lunas plateadas

Ni rastros de sol

Mis dias sin ti son solo un eco

Que siempre repite

La misma cancion

Mis dias sin ti

Como duelen los dias sin ti"

     Moscas En La Casa - Shakira

31.

Acordei nu na minha cama, meu pau ardia. Lembrei de como a madrugada foi curta para tanta fantasia erótica que eu criei com Phil enquanto assistia Cine Privê. Imaginar situações cotidianas envolvendo intimidade e sexo estava em nove de dez pensamentos meus naqueles momentos. Pois, a masturbação era minha tentativa de esquivar das angústias, da saudade lancinante, e de beber desenfreadamente enquanto estava acordado. E mesmo sentindo a breve culpa pós gozo, iniciar uma nova punheta era o modo mais eficaz de amenizar tal sensação.

Fiquei curioso para assistir a algum filme erótico entre homens. Mas teria que ficar só fantasiando mesmo, pois jamais teria coragem de pegar na locadora. Provavelmente Phil não teria tal vergonha, pensei. Mas, como eu pediria a ele para alugar tal filme?

Passei o domingo quase todo trancado no meu quarto. Mesmo com insistência do meu pai para acompanhá-lo ao clube. Dei a desculpa de que estudaria como ele tinha estabelecido e ainda estava muito queimado de sol para pegar piscina. Na verdade, quis ficar na cama fantasiando coisas insanas com Phil. Esfregando minha pélvis no colchão testando níveis e possibilidades de masturbação sem as mãos, também na esperança de ter algum sonho molhado com ele

Estava quase cochilando mais uma vez quando fui despertado com batidas na porta do quarto.

— Daniel, vamos para pizzaria jantar. — Meu pai falou.

— Oh... — Respondi desorientado. — Não podemos pedir para comer em casa? — Lembrei da possibilidade de Phil ligar. — Ainda vou revisar umas coisas aqui. '

— Tá, vou pedir. — Ele respondeu.

Comemos assistindo ao Fantástico, e quando eu estava engolindo o último pedaço, como sincronia perfeita, o telefone tocou. Possivelmente, era só uma coincidência, mas saber que era Phil, e que ele previa meus movimentos mesmo estando longe, me deixava mais bobo de paixão.