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6,1k de palavras... É, os capítulos estão ficando cada vez maiores, aí deus!

Boa leitura!
#CriaturaParruda

🥊📷

Eu só tinha vinte e um anos quando fui parar na cadeia acusado de inúmeros crimes que não cometi contra a minha ex mulher, crimes imperdoáveis até mesmo entre os presidiários. Eles não aceitam um estuprador nem fudendo, e foi por causa desse crime que eu sofri uma série de maus tratos.

Eu sempre fui bobão para a vida fora de uma cadeia, então imagina lá dentro? Só no primeiro dia tentaram me matar umas cinco vezes, apontando uma navalha para o meu pescoço e ditando as prováveis merdas que eu fiz com a bendita (maldita) Sunnie, só não me mataram porque um dos vigilantes passou bem na hora e eu consegui fugir.

Não teve um dia nas primeiras três semanas que eu tenha dormido com medo de não acordar, chorava pra porra e fui inúmeras vezes abusado sexualmente... Acho que foi a pior coisa que vivi lá dentro, só sabia pensar no meu pirralho, se o veria de novo já que a única vez foi ao nascer... quatro quilos e cinquenta e três centímetros, careca e olhos puxados e fechadinhos, foi assim que eu o vi pela primeira vez e eu acreditei que seria a última.

Até que eu conheci Jung Hoseok.

Enquanto Sunnie foi um demônio na minha vida, Jung Hoseok foi um verdadeiro anjo lá na prisão. Nos conhecemos quando ele me encontrou agachado no chão do último sanitário do banheiro, chorando igual um condenado depois que uns cara abusaram de mim, ele se sentou ao meu lado e me ouviu atenciosamente. Graças as cicatrizes de garfo na minha coxa foi que eu consegui provar que o que eu citei foi verdade, e foi aí que ele me ajudou a se defender lá dentro com a pouca experiência que adquiriu nas ruas enquanto se metia em tráfico de droga para sustentar a esposa doente e seus filhos, era o único jeito já que ele era bem pobre mesmo.

Lembro que foi assustador para ele perceber o quão eu mudei, que o garoto inocente e medroso que ele conheceu estava ganhando "respeito" dos outros depois que quebrou a cara da maior parte que tentava mexer comigo de novo, nem armado eles conseguiam tocar em mim já que eu conseguia desarmar com facilidade após algumas aulas, também acabei aprendendo a usar uma arma pois Hoseok tinha uma escondida em seu quarto em caso de emergência, levei uns três meses para ser o pior de lá. Tudo isso foi graças aos sangue nos olhos que eu tinha de sair do presídio com vida e ficar com o meu filho, sempre era o pirralho que me trazia as forças onde eu não tinha.

E agora ele está aqui, livre. Ou será que já foi a anos e eu não sabia? Tanto faz. Hoseok está aqui na minha frente e eu nem sei o que sentir direito.

— Está namorando, gafanhoto? Achei que gostasse só de mulheres. — gafanhoto, meu deus, ele me chamava assim só por eu ter sido o seu "aprendiz".

— Também achava até ter o reencontrado... — respondo, ainda surpreso em vê-lo aqui e sem acreditar. — Meu deus, quanto tempo, onde você estava? Saiu de lá faz tempo?

— Não muito, faz só uma semana... — ele suspira, enterrando suas mãos no bolso da bermuda velha e suja, assim como a sua regata verde parece amarrotada e seus sapatos, cheio de buracos, sua expressão é entristecida, coisa que dificilmente eu via lá na prisão, Hoseok sempre foi a luz em meio de todo o caos. — Preciso de ajuda, gafanhoto. Meus filhos estão em um orfanato, minha mulher morreu faz um ano e meio, e eu não quero voltar para o mundo do crime, preciso recuperar a guarda deles e só sendo justo nessa vida para eu conseguir.

Cicatrizes - Pjm + JjkWhere stories live. Discover now