Você foi um ladrão, roubou meu coração e eu fui a sua vítima mais inocente. O mesmo amor que me faz delirar, é o que instala em mim a dor...
"Ela gosta de um ritmo louco, de um lance criminoso"
E aqui estou eu, pagando com a língua e me arrumando pra ir num baile funk. Só decidi ir porque está o maior comentário que o Rennan da Penha vai cantar aqui hoje.
E também porque eu não afim de ver todo mundo se divertindo enquanto eu tô em casa vendo série da netflix.
Aumentei a música do meu namorado vulgo Cabelinho, que tava tocando no celular e cantei alto enquanto me maquiava.
Manuela: Vai joga a xota só não joga o coração. - cantei fazendo boquinha de peixe pra passar contorno na bochecha - Vou de sandália ou tênis, Raissa? - perguntei enquanto olhava para os sapatos.
Raissa: E quem vai pra baile de sandália? - deu risada - Apesar que tem louca que vai até de salto, toda esquisita. - fez careta.
Manuela: Deixa as coitadas serem esquisitas - ri também e ela saiu do quarto.
Tirei minhas roupas da mochila e vesti uma lingerie preta, em seguida eu vesti um shorts jeans e um cropped branco de renda, que deixava minha barriga de fora e o meu piercing amostra.
Foi uma luta pra colocar esse piercing, fui chamada até de puta pelo Vicente.
Coloquei uma meia pequena e calcei meu tênis branco, super bonitinho, igual a dona. Peguei meu perfume na mochila e dei umas vinte borrifadas, tomei praticamente um banho de perfume.
Fui pro banheiro do quarto e fiz pose pra foto, eu tava uma gata e não podia deixar de registrar esse momento raro.
Instagram:
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@manudiasz: glow that fascinates✨
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Raissa: Que mulher gostosa, aquele baile vai ficar pequeno pra tu. - deu o maior tapa na minha bunda.
Manuela: Não bate assim que eu fico com tesão, minha buceta bate até palmas. - pisquei pra ela.
Raissa: Nem bebeu e já tá com fogo no cu? - gargalhou e me estendeu um copinho pequeno de tomar shot - É vodka, roubei do meu pai. - bebeu no outro copinho - Bebe de uma vez, isso é só pra aquecer.
Peguei o copinho dela e virei tudo na boca, fiz uma careta horrenda ao sentir o gosto horrível disso, deu até vontade de vomitar.
Raissa: Agora vamos logo, que hoje eu vou ficar chapadona de md. - dançou com os braços pra cima.
Manuela: Tu tem é que rezar sua desalmada. - guardei meu celular no bolso de trás do short.
Raissa: Minha alma já tá no inferno mesmo. - não mentiu.
Saímos escondidas porque se a mãe da Raissa nos visse saindo pra ir num baile funk, é capaz dela deixar a Raissa de castigo pro resto da vida e ainda me entregar pra minha mãe.
O baile já tava pegando, música alta pra caralho, pessoas dançando por toda a parte enquanto bebiam e usavam suas drogas.
Raissa: Não solta a minha mão e não se afasta, quando quiser pegar macho, é só me levar junto, ok?
Manuela: Gosto de privacidade. - gritei por conta do som altíssimo.
Raissa: Meu pau na sua boca. - me arrastou pro meio da multidão.
Andamos até um lugar onde vendia bebidas e a Rai pediu whisky com energético pra ela e pra mim. Peguei o copão e dei um gole longo, nada melhor que uma jack daniels com gelo de coco.
Raissa pegou um pozinho do meio do peito, passou o dedo e colocou na boca. Dei de ombros, ela sempre usava isso pra ficar animada, eu não gosto, mas não me meto porque só causa briga entre nós duas. Ela nunca me ofereceu, sempre diz que se for pra se foder, ela não vai me levar junto.
Raissa: Vamos ficar ali, tem uns caras gatos aqui, olha.. - apontou pra uns caras.
Forcei a minha vista e ergui as sobrancelhas, eram bonitos mesmo.
Manuela: Uhum, mas se comporta, não passa vergonha na frente dos caras. - pedi.
Ela me olhou suspeita e agarrou a minha mão como se tivesse andando com uma criança. Segui ela igual uma cadela e ficamos num canto mais tranquilo,só bebendo e dançando horrores.
Tenho que agradecer muito pelas vezes que eu fiquei dançando na frente do notebook assistindo vídeos no youtube de como rebolar.
Um macho chegou em mim e na Raissa, ambos bem bonitos. O meu era alto, moreno, cabelo cortado na régua e usava aparelho, não preciso nem dizer que fiquei toda pá.
Nem troquei ideia, só puxei ele pelas correntes de prata e o beijei. O beijo dele tinha gosto de maconha, mas era bom pra caralho.
Pepê: Ou que putaria do caralho... - gritou e eu parei de beijar o carinha - Vaza daqui em caralho, se não é só bala na tua cara. - apontou a arma pro menino que tava com a Raissa.
O cara levantou os braços em rendição, olhou pro amigo e os dois saíram.
Raissa: Poxa cara que isso? Estragou o meu esquema, que ódio. - empurrou o Pepê.
Pepê: Foda se, fica de gracinha pra tu ver. - apontou o dedo na cara dela - Vou sair te arrastando pelos cabelos dessa porra. - virou as costas e saiu.
Raissa olhou pra ele com deboche e eu gargalhei.
Manuela: O Pepê é gente boa. - imitei ela.
Raissa: Eu odeio esse maldito, porra eu já tava até marcando de transar com o carinha. - choramingou.
Neguei com a cabeça, cara maluco, além de estragar o esquema dela, de quebra ainda estragou o meu.
- Aê novinha.. - um cara cutucou minha cintura.
Manuela: Hum? - olhei pra ele, bonitinho até.
- Chefe tá mandando tu e a tua amiga subir pro camarote. - falou todo sério, ui.
Olhei lá pro lugar que eles diziam ser o camarote e vi a cara do BM me encarando todo sério enquanto soltava a fumaça do seu baseado.
