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Maratona 1/5

Os capítulos da maratona vão ser postados ao baterem 150 comentários.

***

Desviei o olhar do BM e olhei pro menino todo sério que apertava sua arma.

Manuela: E quem é teu chefe? - fiz a sonsa.

Raissa: Manu.. - segurou meu braço e me deu uma encarada séria.

- Ih alá, vamo logo novinha, é melhor pra tu. - disse já sem paciência nenhuma.

Manuela: Quero não, obrigada. - dei um gole longo na minha bebida - Se ele quiser a nossa presença ilustre, ele que venha chamar. - dei de ombros.

Raissa: Vamos logo, pelo amor. - falou toda medrosa.

- Tu acha mermo que o chefe vai descer aqui? - riu - Burra pra caralho, aproveita que lá tem tudo do bom, patrocínio e pá. Sei que é disso que vocês gostam. - deu uma ironizada.

Olhei pra Raissa e ela apertou minha mão num nervosismo cabuloso.

E eu só ri, tenho que manter a pose de difícil né.

Manuela: Não vou subir, mas agradece o teu chefe por mim pelo convite, estou honrada. - debochei.

- Pode pá, tu vai subir de qualquer jeito, fica esperta morô? - piscou pra nós duas e saiu.

Voltei a olhar pra onde o BM tava e agora ele tava conversando com uma mulher, pareceu ser a Lavínia, não sei.

Revirei os olhos e continuei bebendo meu whisky na maior paz enquanto balançava meus quadris.

Raissa: Tu é louca? Manuela, eu não quero morrer hoje caralho, olha a minha idade. - disse toda apavorada.

Manuela: E ele vai matar nós duas por qual motivo meu Deus? Por negar subir num camarote? Paia demais viu. - rolei os olhos.

Raissa: O dia que tu conhecer o BM tu vai entender bem as coisas que eu falo. Na verdade eu espero que tu nem conheça. - falou num tom estranho.

Dei de ombros e puxei ela pra dançar comigo, mas toda hora ela ficava olhando lá pra cima e isso já estava me deixando irritada. Ou esse BM é o diabo em pessoa, ou ela é muito medrosa.

Senti alguém puxar meu braço sem delicadeza nenhuma, olhei pro lado e a Raissa tava sendo puxada também.

Era o mesmo cara que chamou a gente pra subir pra lá pra cima.

Manuela: Ei cara, tem como tu me largar? Eu sei andar sozinha, inferno. - revirei os olhos.

Raissa não falava uma palavra sequer.

- Fica quieta aê, na moral mermo. - apertou minha mais o meu braço.

Se ficar a marca dos dedos dele no meu braço, eu juro que cometo um crime.

- Sobe, e se desviar o caminho é só tapão. - soltou o meu braço e o da Raissa.

Fiz careta pra ele que saiu e foi conversar com outros caras, armados também. Passei a mão no braço e fiquei de frente pra Raissa.

Manuela: Tu já subiu lá? - perguntei curiosa.

Raissa: Já, só tem os frente de facção, muita bebida, droga e porte. - falou segurando minha mão e me guiando até a escadinha escura.

Chegamos lá em cima e um cara armado entrou na nossa frente, impedindo a nossa passagem. Escutei um cara gritar ele, e em seguida, ele saiu da nossa frente calado.

Ajeitei meu cabelo e abaixei um pouco meu shorts, tava muito curto essa porcaria.

Observei tudo ao redor curiosa e assim como a Raissa disse, aqui tinha muita bebida, droga, mulheres e armas...

As armas foi o que me surpreendeu, olhei pra elas um pouco deslumbrada talvez. Vicente tinha várias armas, mas eu nunca cheguei a ver uma tão de perto assim.

Raissa: Vamos ficar naquele canto com o Pepê e com o Magrinho. E se tu sair de lá, eu nunca mais te trago num baile funk, ok? - me ameaçou.

Raissa as vezes me irrita com essa superproteção, como se eu fosse uma menininha toda frágil, caralho, eu já tenho dezoito anos nas costas, sei bem das coisas que eu faço ou deixo de fazer.

Manuela: Tá bom, Raissa. - suspirei.

Andamos até o Pepê e o Magrinho, os dois olharam pra nós duas e o Pepê puxou a Raissa pra sentar no colo dele. O Magrinho só me deu um sorrisinho torto e apontou pra um banquinho do lado dele.

Alguns caras me olhavam de uma forma que me deixou um pouco desconfortável. Gosto de chamar atenção dos caras, mas não a esse ponto.

Magrinho: Tu tá uma gata hoje, papo reto mermo. Chamando atenção de geral, caralho Manu. - sussurrou no meu ouvido e eu sorri.

Manuela: Obrigada. - toquei no braço dele.

Continuei observando tudo ao meu redor, tinha uns caras bem bonitos, alguns feinhos e outros eu já até vi nos noticiários.

Meu olhar acabou se encontrando com o olhar do BM e eu senti outro arrepio. O cara é muito gato, e o jeito que ele tava me olhando, porra...

Manuela: Já volto.. - me levantei e arrumei meus peitos dentro do cropped.

Raissa: Manu.. - tentou segurar meu braço, mas eu desviei.

Sai de perto dela antes que ela me impedisse de sair e andei até o BM que tava encostado na grade fumando. Ele colocou o boné pra atrás sem quebrar o nosso contato visual.

Cheguei bem perto dele e ele soltou a fumaça do cigarro de maconha na minha cara, sumindo na neblina.

Mordi o lábio e quando o vento levou a fumaça, ele tava ali, me olhando todo sério enquanto passava a língua nos lábios.

Lance CriminosoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora