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Manuela

Saímos de casa depois de dez minutos brigando pra ver se íamos de moto ou carro. Breno insistia em ir de moto de qualquer jeito e quando alguma coisa entra naquela cabeça, é difícil de tirar.

Mas no final, acabamos indo de carro.

Depois de alguns minutos no trânsito da Niemeyer, nós chegamos na Rocinha. BM subiu o morro com a autorização de uns cara lá e estacionou o carro na frente de um galpão grande e escuro.

Já bateu a neurose de ter me arrumado atoa.

Na verdade eu nem sei porque tô aqui.

BM: Vou ter que te arrastar pra fora desse carro é porra? - Bateu no vidro do lado de fora.

Sorri irônica pra ele e abaixei o quebra sol do carro e me olhei no espelho pequeno que tinha ali. Ajeitei meu cabelo e retoquei meu batom.

Peguei minha bolsinha, tirei o cinto e fiquei esperando o bonito ser cavalheiro e abrir a porta pra mim.

Mas esperar algo do Breno é o mesmo que nada.

Manuela: Me ajuda aqui pelo menos. - Botei minhas pernas pra fora do carro e vi o tanto de buraco que tinha no chão.

BM: Se vira ué. - Pegou o celular e ficou mexendo.

Encarei ele com ódio e me apoiei na porta pra conseguir levantar sem meter a cara no chão. Pisei com cuidado no chão e andei até a calçada bem devagar.

BM: Porque tu não veio pelada de uma vez? - Ficou atrás de mim e abaixou meu vestido que tinha subido bastante.

Manuela: Cuida da sua vida. - Tirei a mão dele de mim e joguei uma parte do cabelo pra cada lado.

BM: E ó, tu se comporta em porra. - Me empurrou pra andar e eu me segurei na parede pra não cair.

Delicadíssimo.

Ele passou na minha frente e cumprimentou com um toque o cara que tava na segurança. O cara tava segurando uma arma enorme, até hoje eu não decidi se fico com medo ou admirada.

Manuela: Não me deixa sozinha, eu não conheço ninguém aqui. - Segurei o braço forte dele.

BM: Fica suave pô, tá cheio de mulher aê. Faz amizade mas não arruma briga não, é tudo mulher de bandido. - Me puxou pra eu andar no mesmo ritmo dele.

Manuela: Eu tô de salto Breno, vai devagar seu cavalo. - Resmunguei.

Ele me deu uma encarada séria e eu fiquei quieta.

Entramos no galpão e porra, o lugar era lindo e enorme. Encarei tudo admirava, tinha muito luxo aqui e isso me deixou até surpresa.

Agradeci por ter vindo bem arrumada.

- Aê BM caraí, achei que ia ter que buscar de baixo de porrada. - Um cara muito gato apareceu, junto com uma mulher mais gata ainda.

Conheço ele de algum lugar.

Fiquei até tímida.

Lance CriminosoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora