Lance Criminoso

11

Maratona 4/5
+150 comentários

*

Breno

Desci pra boca cheio de ódio, tava na casinha com uma novinha gostosinha até, mas o pau no cu do Pepê me acionou falando que tinha que me falar um bagulho urgente.

BM: Que seja importante mermo, papo reto. - abri a gaveta de drogas e bolei um baseado.

Pepê: Tô falando que o bagulho é sério caralho, cabuloso mermo.

Procurei meu bic e algum filho da puta já tinha roubado essa porra.

BM: Tu roubou meu bic né porra? Pode ir devolvendo hein, tô ficando bolado com isso já. - rolei os olhos.

Pepê: Roubei porra nenhuma, mas pega o meu aí, sou humilde. - jogou o isqueiro dele pra mim.

Olhei bem e era o meu.

BM: Rato do caralho. - acendi meu baseado e dei um trago.

Soltei a fumaça pro alto e suspirei, essa é da boa, valeu o investimento.

Kalel: Aê caralho, liga a porra da televisão. - entrou na boca todo boladão, lá vem merda.

Pepê pegou o controle e ligou a televisão, ele pulou alguns canais e colocou na Record. Revirei os olhos ao ver minha cara estampada na porra do jornal, mídia sensacionalista do caralho.

Quando mataram a minha mãe, não fizeram metade desse alarde todo, foi só mais um número entre tantos, mais uma vítima que eles ignoram.

BM: Tô bonitão pelo menos, pegaram uma foto suave. - dei outro trago e soltei a fumaça pro lado.

Tava pouco me fudendo pro que aconteceu, matei mermo e não me arrependo de nada não. O cara não matou minha mãe na maior covardia? Então, só fiz o mermo e pra mim ainda é pouco.

E o mais velho do cara com dezesseis anos já era o maior cuzão. Atropelou um ciclista porque tava chapadão e deixou o cara paraplégico, e o que o cuzão do pai dele fez? Encobriu tudo, pagou fiança e fez o filho dele sair como o bom na história, inocente.

Filho de peixe, peixinho é.

Kalel: Tu brinca né seu otário? Era pro bagulho ser na encolha, agora por culpa da tua burrice, tu tá sendo procurado pela polícia federal. Tem ideia disso seu cuzão? - cruzou os braços.

BM: O que é um peido pra quem já tá cagado? - ri no mó tédio - Colé pô, dá nada não, já sou procurado a anos, tá preocupado agora porque? Fica mec.

Kalel: Porque além da PF nas tuas costas, agora tu tá em guerra com o bope. O verme lá não vai sossegar enquanto não conseguir tua cabeça, nem
preso tu vai, é vala direto. - passou a mão no rosto.

Pepê: E contigo morto vai ficar facinho da UPP subir aqui pra pacificar, e aí já era meu mano. - deu uma respirada funda.

BM: Ou caralho, vocês dois tão emocionado nessa porra? Acalma o coração caralho, não vai acontecer nada com a minha favela, tá me tirando. - já fiquei no ódio.

Kalel: É bom mermo. - sentou numa cadeira e acendeu um cigarro.

BM: Fala logo o que tu ia falar Pepê, já tô ficando sem paciência, anda logo.

Pepê: Lembra quando tu me pediu pra descobrir mais sobre a novinha lá? - falou e eu concordei - Pô, nem queria falar, tô ligado que tu vai querer fazer
merda com a mina. - passou a mão no rosto.

Olhei desconfiado pra ele, o que aquela patricinha do caralho fez de tão grave?

Pepê: Fui atrás da ficha dela e pô, foi mais fácil do que eu imaginei encontrar coisas sobre ela. - falou e eu prestei atenção atento - Ela é filha de uma madame rica pra caralho, e advinha quem é o padrasto dela?

BM: Sou advinha não parceiro, fala aí.

Pepê: Do cuzão do Vicente caralho. - estalou os dedos e eu até parei de fumar meu baseado.

BM: Tu tá falando sério? - ele concordou - Caralho, eu sabia que tinha alguma coisa errada. Filha da puta, deve tá aqui a mando daquele verme. - bati na parede com força.

Além de cobrar ela, eu vou cobrar a Raissa, como é que a mina deixa filha de polícia entrar na minha favela?

Kalel: Tem que cobrar e poucas ideias, não é pra matar, mas também não deixa sair dessa porra.

BM: Tô ligado já, x9 aqui não se cria não. - peguei meu radinho e passei a visão para os campana ficar de olho em qualquer movimento da Manuela.

Essa mina tá fodida na minha mão.

Ah se tá.

***