Capítulo 18.

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Arthur Charles Cross nasceu exatamente às 23:40, o filhote ansioso herdará os belos cabelos ruivos da mãe e lábios e nariz do pai. Gordinho e alerta o pequeno já tinha conquistado a todos mesmo com tão pouco tempo nesse mundo, inclusive a mim...que nunca pensei que pudesse ter sobrinhos.

Nos poucos minutos que o seguirei, sentir uma satisfação enorme com aquele pequeno filhote em meus braços o peso de seu corpinho frágil era um conforto para as emoções conflitantes, as lágrimas formadas em meus olhos não só por Arthur é a felicidade de ter uma família...mas também pelos problemas não esquecidos. Sentia os olhos do meu alfa sempre em mim, o peso dos olhares frios e decepcionados...me dava um calafrio às vezes, mesmo com o calor em meu peito.

— Bem, acha melhor nós irmos...vocês devem descansar, trarei a Esther logo pela manhã. - Escutei minha sogra dizer a Hugo e Lili que realmente pareciam exaustos, mas com um brilho em seus olhos, dei uma última olhada em Arthur antes de sair do quarto.

— Tchau..vejo vocês em breve, parabéns. - Disse baixo, não querendo acordar o bebê.

— Obrigada, Iza..boa noite. - Lili me respondeu não tirando os olhos de seu novo filhote.

Sorri para eles, Hugo me deu um aceno rápido...doeu um pouco em meu peito pelo jeito que ele olhava para Lili, o pensamento de que Christopher me olhava assim semanas atrás não paravam, se eu não tivesse estragado tudo...seria diferente poderíamos até evoluído em nosso relacionamento.
Sentei no mesmo lugar, esperando por ele, a conversa com James estava a toda e Verônica conversava com Amélia, mesmo sem sono nenhum em casa...me sentia esgotada agora, meus olhos ardiam pelo sono.

— Acho que ele ainda vai demorar um pouco, Izabelle...posso levar você para casa se quiser. - Oliver me perguntou com um sorriso amigável.

— É..talvez, estou com sono mesmo. - Não pode doer, ele é uns dos únicos que parece ver que nem tudo está bem.

— Vamos então..

— Oliver, eu mesmo levarei a Izabelle para casa...mas agradeço a sua preocupação com a minha esposa. - A voz de Christopher o interrompeu, não deixando dúvidas de que ele estava com raiva.

— Obrigada, Oliver...mas vá para casa, não precisará chegar tão tarde... obrigada. - Não querendo causar uma briga entre os dois, por uma coisa tão idiota, coloquei um ponto final ali mesmo. Levantei parando ao lado de Christopher. — Vamos logo então..tchau Oliver.

Dei um sorriso, tentando dizer que sentia muito, Christopher se despediu rapidamente dos seus pais, o abraço de Amélia aliviou um pouco a tensão dele pelo visto. Tentei dar o meu melhor sorriso, todos estavam tão felizes, não seria eu quem acabaria com tudo.

— Vou dar uma passada na sua casa amanhã, ok ?? Precisamos conversar. - Verônica disse enquanto me abraçava, sussurrando em meu ouvido.

— Ok. - Com o último abraço dado, seguimos para o estacionamento...o silêncio reinava entre nós dois como tantas vezes, do elevador até a vaga onde estava o carro somente nossas respirações eram ouvidas.

Como muitas vezes eu me encolhi no banco do passageiro, tentando me distrair com a paisagem escura, mesmo tão tarde a cidade estava bem movimentada, Christopher estava com a mandíbula travada isso eu pude perceber com um relance de olhar, em pouco tempo vai dar para ouvir os dentes rangendo com certeza. Tão próximos que a minha lobo estava implorando para tocá-la, mas eu me continha.

Com a aproximação vinha o desejo intenso de estar perto dele, coisa que demorei para sentir. Ter tanto contato com alguém que mal conhecia era novidade, talvez seja porque eu negava o vínculo já existente entre nós ou porque estava com medo demais para admitir que a minha loba tinha encontrado o companheiro correto..mas tudo isso não era importante agora, eu tinha que tomar partido de resolver esse problema entre nós, não poderíamos mais viver dessa maneira.
Assim que ele estacionou na garagem, eu tomei a pouca coragem ainda presente em mim.

— Você ia me contar ??. - Ele me olhou confuso, a testa franzida não combinava com ele.

— Contar o quê ? Exatamente. - Como sempre de poucas palavras.

— Sobre a Lili, sobre o bebê chegando, porque se a Verônica não ligasse..eu só saberia dele pela manhã. - Isso ainda me doía.

— Eu não tive tempo, mas que bom que estava lá. - Com isso ele saiu do carro, me deixando sozinha.

— É sério...olha, eu estou tentando..eu já pedir desculpas..- Eu o segui, mas tendo pernas curtas era meio difícil.

— Izabelle, não acho que seja o melhor momento para conversarmos..estou cansado e quero dormir.

— Então qual é o melhor momento hein, você está me evitando...admita que nem me queria no hospital, que não quer me ver. - Perguntei assim que chegamos a sala.

— É isso que você quer ouvir ?? Quer que eu diga isso ?! .- Seu rosto estava vermelho, seus olhos tremiam em um azul e vermelho brilhante.

— Eu só queria que você falasse comigo, eu sinto muito ok, me desculpe se fui egoísta...tem razão eu dei prioridade para mim naquele momento..mas..

— É eu sei, você pensou em si mesma, no que você queria...foi egoísta, assim como as suas irmãs. - Isso foi golpe baixo.

— Tem razão..eu fui egoísta assim como a Alicia e Victoria..mas quer saber eu nunca pude ser assim..nunca pude me colocar em primeiro lugar, porque todos sempre fizeram as escolhas por mim..assim como esse casamento, assim como você fez !! Você, foi você que fez isso...VOCÊ. - Eu não pude aguentar mas, isso estava se acumulando de mais.

— Não sabe como me arrependo !!.

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Christopher

Na maioria das vezes, no calor do momento falamos coisas que nunca queremos que saia de nossa boca, palavras que machucam e destroem...eu sabia que dizer aquilo iria machucar, mas realmente não me importava muito já estava com muita raiva para pensar corretamente.

Mas o olhar dela, a forma como brilharam não só em lágrimas, mas em angústia, tristeza e medo...pela Lua, nunca teria deixado a raiva me dominar novamente.

— V-você...se arrepende de t-ter...e eu. - Sua voz saiu quase em um sussurro, embargada e fraca. — Ter casado comigo...de sermos companheiros...s-se arrepende ??

— NÃO, pela Lua...eu nunca me arrependeria de ter você, Izabelle, você é minha companheira...nunca de você. - Eu a segurava pelos ombros agora, tentando confortá-la. — Me arrependo da forma como tudo aconteceu, de não ter dado escolha a você... forçando isso, mas nunca me arrependeria ter você ômega.

Não importava se estava com raiva antes ou até magoado com o que havia acontecido, tanto eu quanto ela precisávamos disso. Eu finalmente me deixei abraçá-la, trazendo seu pequeno corpo contra o meu. Finalmente.

Meu lobo ficou em paz em ter sua ômega finalmente ao seu lado, a tensão em meus ombros acabou e a paz voltou para o meu peito. Izabelle estava com o rosto escondido em meu peito, as mãos estavam agarradas a minha camisa segurando como fosse uma tábua de salvação.

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Nota da Autora.

Oiee, mas um capítulo quentinho saindo, espero que gostem e que me perdoem pela demora...mas o próximo capítulo não vai demora.

Até a próxima 😘😘.

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