Capítulo 33.

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Chris.

O olhar abatido e a expressão pensativa, apertavam o meu peito, a garota animada e falante havia dado lugar a alguém distante. Em primeiro lugar havia pensando que ela estava chateada pela viagem para Londres, deixá-la sozinha após finalmente reivindicar lá não estava em meus planos, os efeitos da Lua cheia ainda afetam nossos lobos...mas conhecendo Izabelle, ela entenderia sabendo dos meus compromissos com a empresa. Em segundo, talvez algo tenha acontecido em seu trabalho, a Lua sabe que Izabelle precisa trabalhar em receber críticas...o medo de fracassar e desapontar as outras pessoas é algo que a segue desde que saiu da casa dos Dantas, afetando o seu caminho.

De todas as minha hipóteses nada parecia se encaixar, não tinha ficado chateada quando contei sobre Londres, na realidade perguntou quando vou levá-la comigo. Ela se despediu dos amigos com um pequeno sorriso no rosto quando a busquei.
Conversou com as meninas na cozinha ajudando com o jantar e até mesmo brincou um pouco com o Paulo como era típico dela....nada explicava esse olhar agora, após o jantar quando na hora do banho ela disse que iria sozinha, não questionei... talvez ela quisesse somente um tempo para si.

Mas agora a olhando sentada no ninho, com os olhos avermelhados e vazios...algo sério havia acontecido, seu batimento cardíaco estava um tanto elevado e a respiração rápida...a última coisa que ela precisava era de um ataque de pânico.

— Venha aqui, vamos lá pequena...o que está acontecendo nessa sua cabeça hein ?? - Com cuidado a coloquei em meu colo, a cabeça em meu peito em uma tentativa de conforto.

— Nada... cansaço. - A voz baixa quase inaudível estava me enlouquecendo.

— Izabelle, você não precisa se segurar comigo, eu sei que estava com uma máscara o dia inteiro... fingindo estar bem e eu entendo isso, mas comigo não, nunca quando estou aqui. Na alegria e na tristeza, amor.

— Tudo...virou uma bola de neve na minha cabeça, você indo para Londres sem ter tido a rotina podendo passar lá sozinho é...o estresse da doceria lotada e tava todo mundo pirando.. é..- Ela se interrompeu, olhando para baixo começou a brincar com as minhas mãos, ela não queria dizer.

— É o que ?? Uns dos Dantas voltou a incomodar você, alguém a machucou ?? Vamos Izabelle diga-me. - Só de imaginar alguém tentando machucá-la a raiva me consumia.

— Eu não sei... ignorei isso o dia inteiro...mas agora tá caindo a ficha, e-eu não sabia o que fazer aí só deixei de lado... Chris isso tá me enlouquecendo agora, a minha cabeça parece que vai explodir - Um soluço estrangulado escapou junto com algumas lágrimas, é pela primeira vez em muito tempo eu não sabia o que fazer, Izabelle se expressava bem...mas guardava as emoções ainda melhor quando queria.

A abracei forte, dando o máximo de conforto possível a ela, o cheiro da angústia e tristeza exalava pelo quarto, quase confundindo os meus sentidos. Ela respirou fundo e mordeu os lábios como se tentasse segurar o choro.

— E-ele disse que....me p-procurou..eu - eu não sei porque isso tá acontecendo agora.

— Ele ??! Izabelle..eu preciso saber o que aconteceu.. quem estava procurando você. - Agora tudo mudou, seja quem fosse a deixou assim, eu o odiava por isso.

— Um amigo do...um amigo do meu pai...

— Rafael...eu sabia que só poderia ser ele, aquele desgraçado !!

— N-não, não ele...meu pai, Christopher...meu pai biológico..ele está me procurando.

— Como é ??! Seu pai...mas..pela Lua, você não...

— É eu fiquei assim também...mas ele sabe que eu estou com você, que os Dantas me adotaram...não sei como mas ele descobriu, é agora ?? Eu não sei o que pensar.

— Izabelle, ele deu algum nome..ou o nome dele ? Qualquer coisa que possa me ajudar.

— Giovane Pedroso, disse que era advogado e amigo..dele... Chris, você conhece esse cara ???

— Não, não pessoalmente...mas já ouvir falar dele..vamos dormir, você precisa... amanhã eu vou resolver isso. - Mas essa agora.

———————

— Tem certeza sobre isso, Ceci...acha que é o melhor momento para isso, ela está tão feliz agora.

— O que mais quero é Izabelle feliz, deveria ter entregado as cartas e as fotos a muito tempo...mas Mia insistiu que somente quando ela fizesse dezoito anos.

— Eu ainda não sei o porquê de você não ter dado no naquele dia...teria sido muito melhor.

— Melhor ?? A menina estava desesperada e em pânico, ela casou contra a vontade com alguém que nem chegou a conhecer direito...ela teria tido um surto, eu só quis poupar ela.

— Ela ou você...tem medo que Izabelle descubra que viveu uma vida de mentiras...

— Não se atreve, Matheus... você mas ninguém sabe o que aconteceu...afinal você também ajudou a Mia, eu só queria que ela tivesse uma chance.

— É ela já está tendo, se casou com um homem rico e que obviamente a ama...isso só vai fazer ela te odiar..nos odiar.

— Não importa, sabíamos que a verdade iria aparecer...cedo ou tarde, Izabelle ficaria sabendo.

— A maluca da tua patroa que não vai gostar disso, Ceci...aquela mulher não tem caráter nenhum .

— Não vai acontecer nada, ela nem vai pensar que Izabelle já sabe... não sou eu quem vai contar a ela. - O olhar ameaçador o calou, Matheus poderia ser duas vezes o tamanho da mulher, mas a ômega sabia como o colocar em seu lugar.

— Nem eu... quero o melhor para ela, amanhã eu levo na casa dos Cross 's.

— Obrigada, Matheus...sabia que poderia contar com você...- Matheus...a coragem não era algo que ele realmente tinha, mas culpa... culpa ele sentia, por não ter conseguido ajudar Mia o suficiente.

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