Capítulo 1.

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São Paulo, 23:15.

Já passava do meu horário mas fazer o que, não era de hoje que ficava para a ajudar as meninas na limpeza da cozinha, principalmente depois dos jantares extravagantes que Michele dava.

— Iza, meu bem, já pode ir...deixa que a gente da conta.

— Tá tudo bem tia, eu não tenho turno no restaurante amanhã. - Respondo, tentando abrir os olhos.

— Izabelle, Izabelle....vai para cama menina, tá quase caído aí, falta só algumas panelas pode ir dormir, escuta a Ceci. - Helena responde enquanto termina secar alguns talheres.

— Falta pouco gente, eu não sou tão inútil assim não...eu consigo lavar umas panelas. - A indignação é bem óbvia no meu tom de voz.

— Não foi isso que a gente quis dizer, o garota encrenqueira hein, tá tarde você tá exausta dá pra ver pelas olheiras na sua cara.. parece até um urso panda, vai pra cama mocinha.

— Nossa, urso panda...essa é nova, eu vou mas é porque eu quero... não porque vocês estão mandando.

— Vai vai sai da minha cozinha.- Ceci fala quase gritando.

Pra falar a verdade eu tô exausta mesmo, tenho trabalhado dobrado nós últimos dias para juntar mais dinheiro, trabalho como garçonete e também meio período como atendente para dar uma ajudada. Como terminei a escola ainda com dezessete, não tinha muita ideia do que iria fazer..a faculdade era um sonho que ficou cada vez mais distante, meu foco agora é sair dessa casa. Só mais dois meses até o meu aniversário e eu meto o pé daqui.

Sinto meus olhos lacrimejando, sempre que estou com sono eles ardem até eu acabar chorando. Pela Deusa da Lua, meus pés estão me matando, tá tudo doendo ultimamente. Ando pela casa já quase vazia, ainda tem algumas pessoas na sala de estar, evito aquela área prefiro ir pelos cantos escuros da mansão.

Contínuo o meu caminho planejado, até que bato contra alguma coisa...porra, quem colocou essa parede de tijolos aqui. Por um segundo penso que vou cair de bunda no chão até sentir um cheiro forte, madeira, café e hortelã...e algo mais, ele invade meu nariz, embebedando meus sentidos e me deixando completamente confusa. Posso sentir um braço rodeando minha cintura, me segurando contra aquela fonte de calor, me deixo olhar para cima somente para mergulhar numa imensidão azul profunda.

Pela Lua, ele deve ser algum convidado...se Michele souber estou ferrada.

— Droga, me desculpe...sinto muito moço..merda, desculpe. - Consigo sair daquele “abraço” tão aconchegante e saio correndo para o meu quarto.

Fecho a porta com força, mas ainda assim a imagem perfeita daqueles olhos azuis profundos, aquele rosto tão perfeito e maravilhoso ficaram gravados nas minha pálpebras. Pela Deusa, eu nunca tinha visto alguém tão bonito, nunca tinha sentindo um cheiro tão bom quanto aquele..quanto daquele...Alfa, um alfa agora sim faz sentido a força, o cheiro, o calor...os músculos. Ele acordou meus sentimentos, a ômega dentro de mim só espero que não faça meu calor chegar mas cedo.

O AlfaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora