VENENUM

9 de Maio

Este capítulo possui música:
Tomorrow We Fight - Tommee Profitt
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Emma Swan

Os ombros de Regina eram como uma pedra, saindo do relaxamento que estavam para uma tensão ferrenha em segundos. Os dedos da morena se ergueram para os seus lábios, brincando com a boca e a cicatriz, acariciando como em um gesto para se acalmar que antes eu conectaria a menina de rodar os anéis, entretanto naquele momento a arqueóloga estava despida de tudo.

Olhei ao redor por um momento, conseguindo o que queria ao levantar a coberta e a embalar, percebendo seu manear sutil com a cabeça, como se negasse seus próprios pensamentos.

Deixei o silêncio serpentear pelo quarto como uma enguia, nos rodeando opressivamente até ser possível tocar nas bordas da tensão que apertavam nossos estômagos.

Regina engoliu em seco ao se virar para mim, suas pernas voltando para cima da cama, esquecendo a nudez do seu corpo que havíamos discutindo sobre minutos antes da sua mensagem.

A morena me olhou nos olhos por algum tempo, fazendo o reverberar do meu coração aumentar em suas batidas. Eu entendia aquele olhar, e odiava o quanto parecia que a mulher a minha frente estava tentando se manter presa ai presente, evitando se ligar ao que quer que fosse que a mensagem no seu celular a trouxe.

Delicadamente puxei sua mão para o meu colo no exato segundo em que me cobria com a outra ponta do cobertor, evitando a deixar desconfortável o máximo que podia.

Respirei fundo, entrelaçando nossos dedos, antes de falar.

- Não irei perguntar se está bem, pois é visível que não - Sussurrei, a voz descendo em cadências leves iguais os toques que fazia no dorso da sua mão -Entretanto, se precisar falar ou apenas esquecer estarei aqui.

Regina demorou alguns segundos, mas acenou com a cabeça, voltando a realidade aos poucos, lentamente. Observei calmamente seus movimentos, o fechar de olhos, a respiração profunda tomada três vezes e a mão livre tocando seu pescoço, como se procurasse o medalhão. As orbes castanhas se abriram em alerta, confusas, até se lembrar que provavelmente não havia vindo até mim com o acessório.

- Você estava sem o colar - Expliquei tranquilamente - Deve estar no seu quarto, não se preocupe.

- Que horas devem ser agora? - A voz rouca fugiu dos lábios avermelhados pelas ações anteriores, nublada.

Não soltei seu dedo ao olhar para o relógio da cabeceira, atrás de si.

- Quase oito da manhã.

- Precisamos descer para o café - Sussurrou, abaixando os olhos para as nossas mãos, encarando por um tempo - Desculpe por isso.

- Desculpar exatamente pelo quê?

- O caos.

- Ah, Regina... - Ri baixo, apertando sua mão para que me olhasse - O Caos é o meu melhor amigo, não se preocupe.

A latina riu levemente, com o som soproso saindo do seu nariz. Nossos dedos permaneceram entrelaçados mesmo quando a morena se levantou, puxando o cobertor entre nós duas.

Com um leve puxar eu estava nua novamente, tremendo no ar condicionado do quarto que nem havia lembrado que liguei em algum momento.

- Você irá sair no corredor vestida com o meu cobertor? - Brinquei, tentando a fazer rir um pouco mais, o que trouxe efeito imediato ao seu rosto.