Bônus - Grécia

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Essa história possui uma música autoral sem nome e também outra música chamada Grecia.

Grecia - Elsa e Elmar:
https://open.spotify.com/track/6OTGRlCpPGMpPM96g62d2R?si=c4vxcJknQtqWT66Y3JIW-Q&utm_source=copy-link

Regina Mills

— Eu odeio, odeio, odeio e repudio mais ainda não haver outra maneira de vim à Grécia — Emma bufou, jogando-se na cadeira com uma expressão fechada, arrancado uma risada alta de mim.

Larguei minha mala perto do pequeno closet pessoal que nos era disponibilizado, caminhando até a loira antes de parar na sua frente, ainda risonha.

— Poderíamos ter vindo de cruzeiro. — Ofereci, desabotoando o casaco que estava usando.

Swan bufou, olhando para o teto com mau humor visível, mesmo que no fundo dos seus olhos fosse visível que não estava realmente com raiva.

— Todas as opções são incríveis. Morrer em uma queda de avião ou morrer afogada em um navio? Soa perfeito para mim, não acha?

Ri um pouco mais, jogando o casaco que usava na cadeira que sobrava na mesa para dois.

— Querida, não seja rabugenta. — Pedi calmamente, sentando no colo da loira que mesmo contra sua vontade me trouxe para mais perto de si — Até onde me lembrava sua aversão era apenas a aviões, não navios.

— Sou uma mulher versátil. — Garantiu, encarando-me com uma seriedade que me arrancou mais risadas antes de que suas mãos me cutucassem a lateral da barriga, em cócegas suaves — Qual o nosso planejamento para hoje?

Observei as feições da loira com cuidado afastando meu tronco do seu, tentando entender sua perguntar já que todo o roteiro tinha sido feito pela mesma semanas antes de embarcarmos nessas férias improvisada.

— Diga-me você, srta.Swan, você é a organizadora da viagem.

Emma sorriu lentamente, um sorriso cheio de significados que ao longo dos anos desde que havia a conhecido quatro anos atrás eu sempre saberia o que queria dizer.

— Você sabe, estou tão cansada... — Frisou o "tão" com exagero, sua mão direita brincando com o detalhe do macacão verde escuro que eu usava, seus olhos pedintes — Poderíamos dormir um pouco antes de exploramos.

— Para quem estava tão decidida que me arrastaria para a Grécia você está se demonstrando uma decepção — Reclamei, fazendo força para me soltar até estar livre para poder ir ao banheiro, feliz pela escolha de nos hospedarmos ali, tão próximas da praia quanto possível, enquanto me olhava no espelho profundamente, divagando.

Havia algo mais sublime do que apenas a superfície, algo que ia além da pele e tocava o âmago, a essência estava ali flutuando em ondas nos traçados que dão cor a minha íris em olhos felinos, astutos. Havia muito mais, muito mais... E eu sabia que havia.

Encarei a imagem que me encarava de volta. Deusa e mortal, lutando em características, brigando entre qualidades e defeitos.

Mas que hoje em dia estavam em acordo pleno, suspirei em contentamento, relaxando os ombros.

Há alguns anos, dois para ser mais exata, Emma havia comentado que sentia vontade de explorar um pouco mais o país, as ilhas, já que havia tido oportunidade apenas de conhecer Atenas, a capital. Brinquei durante muito tempo sobre o fato de que uma historiadora egiptóloga era uma grande rival dos gregos, trazendo um dos clássicos mitos de que Egito e Grécia eram opostos em história, mas fui vencida pelo argumento da jornalista de que Cleópatra era tão grega quanto egípcia, por sua ascendência, e que mesmo assim o fato não me inibiu de trabalhar incansavelmente em sua procura.

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