CONVERSATION

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- Por que você não gosta de "Carson"? - Phil perguntou movendo algumas banquetas do lugar. - Fica muito melhor Nancy Carson, do que Nancy Matthews.

- Carson é do meu pai. Então eu não gosto. - Nancy respondeu girando a caneta entre seus dedos, com os olhos fixos no objeto.

- Ah, dessa eu não fazia a mínima ideia. - a surpresa em sua voz era perceptível. - Por que você não tirou Carson do seu nome ainda?!

- Inicialmente essa era a ideia, mas a minha mãe não gostou muito da ideia e eu não queria outra briga em vão com ela. Deixei pra lá depois de um tempo. - A mulher respondeu indiferente.

- Você vai me perdoar pelo o que eu vou dizer, mas, a sua mãe é a porra de uma fudida! - Phil exclamou elevando o tom.

- Tudo bem. - Nancy o olhou. - Às vezes até eu penso assim sobre ela. Não é como se ela agisse muito diferente disso.

Nancy sorriu fraco rapidamente antes de voltar a girar a caneta em seus dedos. Não gosta de falar ou relembrar assuntos como esses, eles sempre vem carregados de dor e solidão para a mulher, passou a ser algo que ela prefira evitar falar, ainda ocupa um grande espaço de desprezo nela. Nancy tem sua personalidade hostil e desagradável, mas ela também tem seu lado frágil e compreensível, apenas não o mostra a mais do que deve para que as pessoas não achem que podem fazer qualquer coisa e saírem impunes, se trava de um mecanismo de defesa para a mesma. Isso não significa que ela goste de ser assim, muito pelo contrário, já se pegou pensando se algum dia ela mudaria essa forma rude de ser com os demais, mas tem sentido que esse dia ainda estava muito distante. Deveria ver Duskwood como uma possibilidade única para isso, mas não encontrou os motivos suficientes para isso e se eles existissem, com certeza estavam longe de seu alcance e não faziam questão de serem encontrados. Ou ela já os encontrou?

- Boa noite. - S/n disse assim que entrou no bar e fechou a porta, limpando seus sapatos ao tapete.

- Finalmente a detetive chegou! - Phil exclamou. - Como foi o seu dia?

- Tenso, mas nada que fosse impossível lidar. - S/n suspirou e se aproximou do balcão. - E o de vocês?!

- Muito bem, tirando a parte de que a Nancy passou a tarde me enchendo o saco. - Phil olhou para Nancy.

- Bezerro. - Nancy provocou soltando uma risada nasal. - S/n, você não concorda comigo que "Philip", é nome de bezerro?!

- O que?! - S/n riu olhando para Nancy. - Olha, pelo menos é melhor do que "Floquinho".

- Floquinho?! - Phil indagou rindo baixo. - Isso me cheira a Jake. Qual foi a da vez?! Nome pro futuro filho de vocês?

- Ele quer um gato e teima em colocar o nome dele de floquinho. - S/n respondeu sorrindo.

- Argh! Típico do homem doce. - Phil revirou os olhos sorrindo. - Jake agindo como Jake.

- Ele sempre foi meio apaixonado por gatos, mas a alergia da mãe o impedia de ter um. - Nancy mencionou trazendo a atenção de S/n e Phil pra si. - Você precisa ver a forma que ele fica derretido perto de algum gato.

- Nancy! Agora você me deixou ansiosa por esse cena. - S/n disse. - Mas no momento ele não pode ter um gato, quem sabe mais pra frente?! Estamos muito ocupados pra isso.

- Antes um gato do que um filho. - o barman disse desviando seu olhar.

- Fica tranquilo. Porque você sabe que se continuarmos como estamos, nós nunca teremos um filho. - S/n lançou uma piscadela para Phil. - Por falar nele, onde ele está?

𝐈𝐍 𝐓𝐇𝐄 𝐃𝐀𝐑𝐊 Onde as histórias ganham vida. Descobre agora