Perigosa esperança

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Hey gente! Depois de mais um ano resolvi dar uma olhada nos sites de fic e também achei alguns capítulos prontos dessa história, então resolvi vir aqui postar para vocês!Apesar das demoras imensas, essa é uma das histórias que mais tenho carinho e que tenho MUITA vontade de finalizar.Sei que faz muito tempo desde a última atualização e que muitos de vocês podem nem se lembrar.. mas, para quem ainda está aqui disposto a ler, espero que goste.Beijos

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Stiles não conhecia palavras o suficiente para descrever aquela sensação. Do que poderia chamar? Como achar uma forma de verbalizar a profundidade da angústia que o envolvia por inteiro? Nenhuma parte de seu corpo ficou de fora. As mãos, os pés, a cabeça, costas e barriga, cada canto de seu interior e cada pedaço do exterior foram engolidos por uma imensidão de sofrimento que o sufocava. As águas da tortura encontraram seu nariz e preencheram os pulmões, escorreram e escalaram por todo lugar, destruindo qualquer outra sensação e sentimento até não sobrar nada além da dor.

O choro se jogou dos olhos castanhos, as lágrimas escapando como se estivessem ansiosas para fugir do tormento em que ele se encontrava. Era excruciante, sentia o corpo e a alma serem despedaçados, cegando sua percepção e discernimento, fazendo-o esquecer até mesmo da presença de Alex. Só conseguia olhar para Lydia, observando o sangue que surgia e os espasmos involuntários que a faziam tremer sobre o chão sujo. O corpo frágil lutava contra a bala que aos poucos lhe arrancava a vida, porém, de alguma forma, os olhos verdes permaneciam acesos, em chamas, repletos de consciência ao encarar Stiles. Presa em seu próprio inferno, Martin tentava gritar para que o garoto fugisse, mas de seus lábios grossos só saíam manifestações baixas de sofrimento.

— Lydia — o nome desaguou dos lábios trêmulos do menino. A aflição envolvendo o timbre masculino até transformar a voz em uma súplica.

Tomado por fraqueza e desespero, Stiles caiu. Os joelhos tocaram o chão e as mãos rasparam no asfalto, rasgando a pele. Inclinou o corpo em direção a Lydia e estendeu os braços para tentar acalentar a garota em sofrimento. Desajeitado, engatinhou para mais perto e tocou o rosto feminino, os dedos compridos ansiosos para fornecer algum consolo. Encarou de perto a íris verde mergulhada em amargura e não foi capaz de conter o choro, deixando que as lágrimas caíssem sobre ela. O sangue vívido surgia de algum lugar na barriga da menina e escorria até o asfalto.

Stiles guinchou como um animal acuado quando uma mão bruta surgiu no topo de sua cabeça, dedos intrusos envolveram o cabelo escuro e puxaram com grosseria. Atordoado, o garoto lutou contra a agressão, desesperado para permanecer ao lado de Lydia. Forçou o corpo para frente e tentou se defender, se debatendo, empurrando, usando toda a sua força. Um braço rude e conhecido o envolveu no peito e o forçou a ficar de pé. O garoto arquejou quando teve um tufo de cabelo arrancado pela raiz e não suportou ao ser golpeado na nuca pela arma de Alex.

O corpo do menino cedeu por tempo o suficiente para que Alex o arrastasse para longe de Lydia. Stiles choramingou, a visão embaçada, o corpo fraco. Não tentou se proteger quando Alex puxou seus braços para trás do corpo, o imobilizando com mãos de ferro ao redor de seus punhos. Apesar do desespero, ele não tinha ideia de como lutar ou como sequer se defender. Passou toda a vida sendo obrigado a se submeter a qualquer tipo de violência, sem oportunidade de fuga. Agora, quando tinha que reagir, não sabia o que fazer e nem tinha forças para isso. Deixou ser dominado, abrigando dentro do peito um desespero profundo que o rasgava ao meio.

— Por favor... — implorou sufocado, os olhos fixos em Lydia — por favor, eu preciso... eu preciso dela.

Alex encostou o tronco nas costas de Stiles e esfregou o quadril contra as mãos do menino que permaneciam presas atrás do corpo. Deitou a cabeça sobre o ombro do Stilinski, respirando fundo para logo em seguida grudar os lábios na orelha dele. O menino estremeceu, enjoado com a proximidade tão habitual, mas não desviou o foco de Lydia. Alex sorriu, arrastando de propósito os dentes na pele do garoto e por apenas alguns segundos, aproveitou a sensação que o preenchia.

O Pequeno pedaço do céuWhere stories live. Discover now