|Satori Tendou - parte I

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Palavras:2616.

"Eu gosto de arco-íris

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"Eu gosto de arco-íris."

[S/n] olha fixamente o teto sujo do seu quarto, ela está imóvel e sem nenhuma vontade de levantar, como todos os dias. As lágrimas sem sentido e inconvenientes molham o rosto da garota sem ao menos uma razão, é apenas algo que se tornou frequente em no seu cotidiano: chorar por motivo algum.

Ela não sabe exatamente quando isso começou, se foi desde aquele dia ou se fora antes, na verdade, [S/n] não se importa quando esse vazio tomou o seu ser, ela só queria que fosse embora e a deixasse em paz.

Ela só quer descansar em paz.

-GAROTA VOCÊ VAI FICAR COM ESSA FRESCURA DE TODO DIA?- berra a mulher que, infelizmente, é a mãe da garota -TÁ NA HORA DE SE LEVANTAR E FAZER AS COISAS NA CASA.

Suspirando baixinho e limpando o rosto molhado, [S/n] se levanta para começar a sua rotina com os gritos da sua mãe em seus ouvidos, apontando aonde ela deixou de varrer e a xingando por ser desatenta e inútil.

A garota ouve tudo calada, como ela pode se rebelar se nem forças mais ela têm? Prefere reprimir tudo para si do que deixar a sua mãe furiosa.

Ela pula o café da manhã e o almoço, perde a fome muito fácil quando a sua mãe começa a tratar mal. Logo a tarde veio com um tempo nublado e frio, uma combinação perfeita com os pensamentos da [S/n] Kamado.

-Hoje parece ser um bom dia para sair.- ela murmura para si mesma e pega o pote contendo sanduíches para ir no seu cantinho.

[S/n] não gostava muito da ideia de sair, no entanto, sua psicóloga a recomendou ao menos dar uma volta uma vez na semana e, desde que ela encontrou uma imensa ponte um pouco afastado do seu bairro, passou a ser uma das poucas atividades que ela sente prazer em fazer.

A garota aperta o moletom macio no seu corpo, a temperatura caiu consideravelmente mas isso não é exatamente um problema para ela. S/n se senta no vão da ponte sem nada que a dê segurança e ela está ciente de que pode cair a qualquer deslize seu.

Mas ela passou a não se importar e nem ter mais medo.

A Kamado analisa o rio de uma margem a outra, a tonalidade escura da água era até um pouco assustadora de se ver, mas ela já se acostumou com essa imagem. Afinal, tentou criar coragem para se jogar da ponte diversas vezes, talvez assim o seu sofrimento acabasse, entretanto, algo a fazia recuar como um filhote amendrontado.

A garota de cabelo escuro como a noite abre o seu pote e saboreia o conteúdo que tem dentro, não notando a presença de alguém ao seu lado.

-As vezes eu acho que você vai se jogar a qualquer momento daí.

A voz melódica se faz presente, fazendo [S/n] levar um leve susto e encarar o garoto ruivo ao seu lado que admira algo na água escura.

-Não vou me jogar.

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