|Kento Nanami

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Estou voltando aos poucos, hoje estou postando essa e ainda essa semana eu possivelmente trarei mais. Obrigada a quem está sendo paciente e aguardando as histórias ;)


[Leitor masculino]

Palavras:1505.

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Admiro ao longe o braço musculoso e bem aparente sobre aquele terno refinado e bem alinhado naquele homem. A sua concentração é admirável e a carranca habitual é um charme natural dele.

Despejo o resto do café em minha boca e jogo o plástico no lixo, o gosto amargo e forte é o que me mantém vivo em dias de hora extra. Volto a minha mesa que fica a apenas uma mesa antes do meu colega de trabalho bonito.

Bonito não, um monumento de homem.

E eu dou graças aos deuses por sentar relativamente afastado dele, porque tenho a certeza absoluta de que não conseguiria me concentrar em vender ações.

Kento Nanami me faz perder o ar toda vez que passa ao meu lado para ir a cafeteria, ou quando tira a gravata para não se sentir tão sufocado. Ele é a definição do meu tipo ideial, porém, esse homem é misterioso demais ao ponto de não interagir com quase ninguém além de mim e mais umas três pessoas. Ninguém sabe onde ele mora, o que gosta de fazer além do trabalho, se é solteiro ou não.

Essa última parte me deixa entristecido, talvez ele seja até casado e eu aqui desejando alguém que pode ter uma mulher e filhos. Mas tenho a esperança de que seja solteiro por não usar um anel ou qualquer adereço que mostre que é comprometido, no entanto, não tenho coragem suficiente para dar algum passo.

Primeiro, Nanami nunca dá brechas para que um assunto sobre trabalho seja desviado para a sua vida pessoal. Segundo, o seu jeito sério e intimidador são um alerta para não se aproximar mais do que ele permitir.

Esse homem é uma incógnita que eu adoraria desvendar.

—Você já terminou?

Praticamente pulo da cadeira quando uma voz baixa e sonolenta chega bem próximo do meu ouvido, olho para cima e contemplo o homem bonito, porém com aparência cansada, me observando de cima.

—Desculpe, não queria te assustar.

—Não, está tudo bem.— digo constrangido e desviando do seu olhar por cima do óculos —Estava tão focado em terminar de vender essas ações que nem notei a sua presença, mas já acabei sim.

Desligo o computador e pego minha mochila. Meu colega de trabalho me espera na saída do escritório e andamos juntos até o elevador sem uma palavra sequer ser trocado por nós dois. Já até me acostumei com essa sua falta de comunicação, diferente das outras pessoas do prédio, eu nunca tentei forçar uma interação com o loiro, longe disso, só falo o básico e ele responde o básico também.

Na verdade acabamos por nos acostumar um com o outro, visto que fazemos horas extras juntos quase toda sexta-feira. Só não entendo o porque de ele levar tanto tempo para terminar e ir embora, Nanami é o melhor nessa área e conclui o seu trabalho com muita facilidade, as horas extras devem ser só uma desculpa para alguma questão.

Um aperto leve no meu ombro me trás de volta a realidade.

—A porta do elevador já está aberta.— ele avisa.

Aceno totalmente envergonhado, em menos de 10 minutos, o cara que eu gosto já teve que chamar a minha atenção duas vezes. Se bem que a culpa não é minha por não prestar atenção nas coisas, ter TDAH é ter que lidar com essas situações que nem eu escolhi, fico divagando e a minha mente viaja sem eu nem ao menos perceber.

Imagine AnimesWhere stories live. Discover now