Pequeno Polegar

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Há muito tempo atrás, vivia um casal de camponeses muito pobres que tinham sete filhos. O mais novo deles era um menino que nascêra com o corpo minúsculo, um pouco maior que um dedão humano. Por isso, recebeu o nome de Pequeno Polegar.

Apesar de pequeno, Polegar era o mais esperto dos irmãos. Quando anoitecia e os outros filhos iam todos se deitar, ele costumava se esconder em um vaso no canto da sala de estar para escutar a conversa dos pais à frente da lareira.
Em uma dessas noites, seu pai comentou com um semblante bastante preocupado:
- Puxa, querida, não sei mais o que faço. Trabalho com todo o meu esforço, mas continuo ganhando muito pouco! Como é que vamos sustentar sete crianças?

A mulher ficou pensativa e respondeu:
- Bom, querido, acho que só nos resta uma opção: Vamos abandonar os sete na floresta. Quem sabe alguma família rica os encontre e os adote. Estaremos dando uma vida melhor à eles!

De início, o homem não gostou muito da ideia pois amava muito seus filhos, mas compreendeu que era o melhor a se fazer.

Naquela mesma noite, o menino acordou seus seis irmãos e os contou o que havia ouvido, dizendo:
- Irmãozinhos, nossos pais vão nos abandonar na floresta amanhã, pois papai está com dificuldades para ganhar dinheiro. Mas não se preocupem, sei um jeito de não nos perdermos!

As outras crianças ficaram bem apreensivas, mas confiaram de que Polegar iria salvá-los, pois sabiam da inteligência dele.

Na manhã seguinte, o pai bateu à porta do quarto dos filhos e os chamou:
- Acordem, crianças! Hoje vou precisar da ajuda de vocês para cortar lenha no bosque!

No café da manhã, os sete dividiram um punhado de pão, que era tudo o que tinham para comer no momento, e foram com o pai até a mata. Polegar, sem que seus pais percebessem, guardou no bolso um monte de migalhas do pão.

Conforme avançavam pela estrada de terra, o caçula ia largando migalha por migalha, para que soubessem o caminho de volta. Quando já estavam bem embrenhados na floresta, o pai se virou e disse, segurando-se para não desatar a chorar:
- Meus filhos, aguardem-me aqui por alguns minutos. Estarei de volta com a madeira e vocês me ajudam a levar tudo para casa.

Dito isso, saiu andando pela floresta com o machado sobre o ombro. Ao invés de ir coletar lenha como dissera, voltou direto para o casebre onde moravam. Um dos irmãos, que se chamava Oliver, perguntou, amedrontado:
- E agora, irmãozinhos?! Será que papai realmente vai nos deixar aqui sozinhos?
- Não se preocupe, mano. - acalmou-o Pequeno Polegar. - Já me preparei para isso, só precisamos seguir a trilha de migalhas que fiz na vinda para cá e estaremos em casa de novo antes do anoitecer.

Aliviados, os sete se puseram a seguir as migalhas. Porém, ao virarem uma curva, viram dúzias de pássaros ciscando o restante das migalhas. A trilha estava desfeita. Thomas, um dos garotos, chorou de preocupação com aquilo.

- Não podemos perder a cabeça agora, irmãos! - exclamou o caçula, de frente para todos. - Vamos pegar uns galhos na floresta para fazermos uma fogueira! É o melhor jeito de nos aquecermos e afastarmos os animais ferozes enquanto pensamos no que fazer!

Os outros assentiram e foram todos até as árvores, procurar por troncos caídos. Pouco depois, quando ainda não haviam juntado tanta madeira, um dos meninos apareceu, gritando:
- Irmãos! Irmãos! Achei uma casa! Podemos pedir ajuda para o dono dela!

Entusiasmados, os irmãos o seguiram correndo. Logo estavam de frente para uma casa enfurnada no bosque e com algumas velas acesas em seu interior, sinal de que era habitada. George, que era o mais velho dos sete, bateu calmamente à porta.

Instantes depois, uma senhora apareceu para atendê-los, dizendo friamente:
- O que é que querem aqui, meninos?
- Fomos abandonados por nossos pais, e estamos com muito frio e fome! - explicou Oliver.

Contos de FadasWhere stories live. Discover now