Nobres fúteis

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No dia seguinte, recebi mias ou menos uns cinco buquê de flores, e três visitas de rapazes, o cortejo naquela época era tão ....estranho.
Na sala de estar, sentando no sofá de frente para mim, o lorde Paul perguntava o que eu gostava de fazer, quais eram meus maiores sonhos....e não só ele, todos os outros que me visitaram naquele dia, era sempre as mesmas perguntas.

- Não mesmo. - digo assim que a visita se encerrou. - Esses homens não sabem conquistar.

- Achei todos demasiadamente interesseiros. - George comentou fechando o livro que fingia ler na mesa atrás do sofá, na verdade estava ouvindo a conversa.

- E essa flores? Não me perguntaram qual flor eu gostava quando dancei ontem, e todos mandaram rosas? Quem disse que eu gosto de rosas? - cruzei os braços, mamãe riu com a mão na frente da boca e George não economizou na risada. - O que? É verdade!

- Bom ponto, irmã! Se os rapazes querem te conquistar precisam querer te conhecer.

- Estou vendo que me apaixonar nessa temporada será difícil. - me coloquei de pé. - Posso dar uma volta?

- Onde vai? - mamãe perguntou

- Ahh...- pensei. - Andar um pouco a cavalo?

- Sozinha? Vai ser por perto, né? - George se preocupou, assenti positivamente para ele.

- vou no bosque atrás da casa, tudo bem?

- Certo, peça para um empregado selar um cavalo para você. - respondi um obrigado antes de sair correndo até a porta.

Ao chegar no estribo, os rapazes que ali trabalhavam já pararam para me dar atenção.

- Pois não, senhorita Relish?

- Oi, é.. pode selar um cavalo para mim? - pedi animada. - Não tem segredo montar, não é?

- Bem, não...segure bem as rédeas, puxe-as para trás se quiser parar e bata os calcanhares no animal para correr. - sorri satisfeita com a explicação útil.

- Obrigada então.
Esperei cerca de cinco minutos até um cavalo preto brilhante sair para mim, montei nele.

- A saída para o bosque atrás da propriedade mais próxima é por qual lado?

- Por ali, passe no meio das árvores e suba um morrinho.

Gritei um agradecimento depois de ter colocado o animal para correr, me acomodei da melhor posição e não deixei as rédeas fugirem de minha mão, os galhos das árvores arranharam minhas costas quando passei por elas, mas ao chegar o bosque vi um vasto e lindo campo.

- Certo....seja bonzinho comigo, cavalinho. - pedi mais como uma presse, bati os calcanhares e ele começou a trotar. Não era difícil, era que nem nos filmes de faroeste ou de época, não tinha segredo.
O vento batia em meu rosto e sacudia meus cabelos meio presos, ao passar por um aglomerado de árvores ouvi um grito masculino, mas não identifiquei o que disse e muito menos se conhecia ou não a voz, deixei o cavalo me guiar e correr o quanto quisesse. Alcancei um aglomerado de tulipas, de várias cores, e resolvi abrir os braços, quando os levantei, não contei com o empurrão que levaria na bunda com as trotadas do cavalo, e eu caí.
Não machuquei, muito pelo contrário, aquilo tinha sido incrível e muito engraçado, fiquei de braços abertos encarando o céu azul e ri sozinha, que nem uma criança que havia feito uma descoberta, aquilo tinha sido a coisa mais divertida que eu tinha feito desde que cheguei aqui.

- Meu Deus, a senhorita está bem? - um cavalo parou um pouco atrás e eu vi Antony se ajoelhar para me pegar no colo, mas quando ele viu minha cara de riso, sua tensão se dissipou.

Feitos um para o outro - Antony BridgertonOnde histórias criam vida. Descubra agora