Feitos um para o outro - Antony Bridgerton

Cura

Recusei o café da manhã na cama, e me vesti adequadamente, aquilo tinha me machucado, fisicamente e mentalmente, mas eu precisava ser forte, não seria um idiota qualquer que me colocaria para baixo a ponto de passar semanas em uma cama. Foi terrível ver as marcas roxas em meu pescoço, a marca da mão de Kenny...estava meio vermelha ou roxeada.
Quando desci as escadas, a mesa do café da manhã ficou em silêncio, com certeza não esperavam minha presença.

- Stella. - Antony se pôs de pé, e me ofereceu a mão, a peguei notando um roxo na maçã de seu rosto, e de algum modo os lábios pareciam mais inchados, talvez tivesse levado alguns murros também.

- Obrigada. - respondi meio rouca quando puxou a cadeira para que eu sentasse.

- Quer que eu te sirva? - assenti, Antony pegou o prato e começou a colocar pães e bolos, ao meu lado estava Benedict, ele sorriu carinhoso eu devolvi, as pessoas da mesa sorriam meio acoadas ao me ver de pé.

- Obrigada, Antony. - digo quando colocou o prato em minha frente. - Podemos conversar quando o café acabar?

- Claro! - ele respondeu de imediato. - Se você quiser, claro. - assenti, calma por ele ter sido tão calmo e carinhoso comigo ao me receber, fiquei com medo dele...me rejeitar.

Comi pouco, mas não deixei de beber o chá de hortelã que era ótimo para as dores, pedi licença a família e segui Antony até seu escritório, me sentei na cadeira, e ao invés de sentar do outro lado da mesa, ele sentou na cadeira do meu lado, e segurou minha mão.

- Fiquei preocupado, você está bem? Como está se sentindo? - ele observou os roxos em meu pescoço, e deslizou o polegar por eles.

- Eu ..estou pior emocionalmente. - abaixei o olhar. - Por que não foi me ver? Depois...que já estava tudo bem?

- Queria deixar você descansar, e não aguento olhar para você e não me sentir culpado pelo que quase aconteceu...

- Antony, não é culpa sua. - o olhei, ele beijou minha mão. - O que aconteceu depois?

- Eu bati nele, e não pararia se Benedict não tivesse me tirado de cima dele. - ele engoliu seco. - Gregory deu a ideia de colocar ele no porão...

- Não me diga que...

- Colocamos. - mordi os lábios e não aguentei segurar um riso. - Gregory disse que iria te encontrar para andarem pelo jardim juntos, já que isso é costume, e acabou chegando aqui todo suado e desesperado, imediatamente todos nós corremos para fora, e vocês estavam mais perto da casa, enquanto corriamos eu ouvia seus gritos...e quando você parou de gritar...- ele soluçou, sequei uma lágrima que escorreu. - achei que tinha acontecido o pior. - o abracei. - Meu Deus foi o pior dia da minha vida, eu jurei que tinha te perdido. Ele disse coisas horríveis a mim...

- A mim também, querido. - ele beijou minha cabeça. - Eu fiquei com medo de você não me querer mais como esposa, fiquei com medo de me ver como uma mulher suja...

- Eu nunca te rejeitarei, Stella. Eu juro a você que te cuidarei até o último dia da minha vida....você é muito preciosa para mim. E eu te amo....- estremeci em seus braços - Eu sei que demorei a perceber e que me privava por medo, mas depois de ontem... - ele segurou meu rosto, seus olhos estavam vermelhos e as lágrimas escorriam descontroladamente. - Depois de ontem eu percebi que não posso mais negar isso, eu amo você e ponto final.

- Eu também te amo, Antony...- meu coração batia acelerado e nem percebi quando as lágrimas começaram a rolar de meus olhos. - Eu amo você...- sussurrei com nossas testas coladas. - meu Deus como eu amo você, Antony, estou tão feliz que também me ama.

- Não tenha dúvidas disso, eu amo você, Stella. - ele beijou minha bochecha e minha boca, deitei a cabeça em seu peito em um abraço, e me agarrei ao seu calor....