Feitos um para o outro - Antony Bridgerton

Muito tempo pela frente

Algumas semanas se passaram e a animação Bridgerton não se abalou, Antony as vezes me perguntava coisas aleatórias sobre o futuro, por pura curiosidade,  e eu respondia, claro, era engracado o desejo de saber do futuro...
A umas duas semanas atrás, comecei a sentir algumas cólicas fortes, achei estranho porque eu mal tinha três meses de gravidez, as dores eram fortes e momentâneas, mas resolvi guardar só para mim, eu passava os dias pintando quadros, andando pelo jardim com os três mais novos, lendo e trocando idéias com Eloise, pegando conselhos com Violet e aproveitando cada momento com Antony.
- Nós vamos fazer um ano de casados em poucos meses. - comentei com meu marido durante o café da manhã.

- Em...três meses?

- Isso mesmo, querido. - ele sorriu feliz.

- O primeiro ano de muitos ao seu lado, mon amour. - sorri com seu carinho e pisquei para ele.

- A gente podia comemorar, com...uma viagem talvez?

- Viagem? Tem certeza? Para onde gostaria de ir?

- Podíamos visitar a França, é relativamente perto. - ele assentiu.

- Tudo bem, não vai se sentir mal com seis meses? - neguei na dúvida, bem no momento que senti uma pontada de dor na barriga. - Pode planejar nossa viagem então, passaremos três semanas na França.

- Ótimo! Obrigada querido. - me estiquei para beijar sua bochecha.

Já que não tivemos uma lua de mel, não vejo porque evitarmos uma viagem só pelo fato de eu estar grávida, seja romântica e perfeita.
Os dias foram passando e passando....tudo era mais lento em 1814, os dias, as horas...
Certo dia, Hyacinth apareceu com o rosto vermelho de tanto chorar, o dedo indicador torto e um corte na palma da mão, todos se alarmaram pelo dedo torto, mas eu logo garanti uma barrinha de madeira e algumas fitas para imobilizar o dedo até que o osso se juntasse novamente, para garantir, disse que teria que usar por dois meses, mas talvez eu estivesse exagerando...
- Violet? - chamei assim que a vi na sala de estar.

- Diga querida. - ela sorriu fechando o livro

- Faz alguns dias que tô sentindo umas dores....parece com cólicas, mas é momentâneo.. - ela levantou e pôs a mão em minha barriga levemente alta

- Bem...talvez seja bom chamar o médico para alguns exames, não me lembro de ter sentido dores no início da gravidez. - assenti com o conselho. - Está sentindo mais alguma coisa?

- Não, só essas dores mesmo. - ela suspirou.

- Passe o dia mais quieta, talvez sentada ou deitada, pelo menos até o médico vir.

- Certo, obrigada, Violet. - ela sorriu carinhosa e eu me sentei no sofá diante dela.
Passamos algum tempo juntas lendo livros e ouvindo Francesca tocar o piano, ela estava ficando cada dia melhor. Ao fim de tarde, Antony tomou chá comigo e aproveitamos para conversar um pouco, resolvi contar sobre as dores, e por sua preocupação excessiva, o médico nos visitou no dia seguinte
Apalpou, fez de tudo o que tinha que fazer, mas segundo ele não achou nada fora do normal.

Mas em uma semana, as dores haviam piorado, e a pior delas foi quando me levantei para para fazer xixi durante a noite, e reconheci o cheiro inconfundível.
Sangue

- A-Antony. - chamei encarando o lençol, minha visão estava turva, mas a luz da lua iluminava bem o bastante. - Antony!

- Hum..- ele de moveu se tomou um sustou ao ver a mancha ao seu lado, seus olhos começaram a chorar quando me olharam, olharam para minha camisola manchada e o sangue pingando sob o chão. - Querida...

- Antony- cobri a boca me entregando ao choro, a outra mão já estava segurando a barriga ainda existente, mas amolecida, me abaixei ficando de joelhos e colocando a testa no chão, Antony me abraçou por trás e conseguiu me colocar sob a cama. - Me desculpa, me desculpa Antony....- eu não conseguia manter silêncio, eu chorava aos gritos, a dor não era apenas na barriga, mas no coração, na alma.
Devido a falta de silêncio, todos acordaram, mas Antony não deixou que ninguém entrasse, mandou chamar o médico na madrugada mesmo.