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Deitada em minha cama, repassando os acontecimentos em minha mente, vejo que Jade talvez pudesse estar certa, e só eu quem não enxergava como Levi agia comigo

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Deitada em minha cama, repassando os acontecimentos em minha mente, vejo que Jade talvez pudesse estar certa, e só eu quem não enxergava como Levi agia comigo. A maneira de me provocar, os elogios disfarçados, o cuidado escondido atrás do seu jeito irritante, o beijo no hospital, tudo, absolutamente tudo, me dizia como ele realmente me via. Mas todo esse tempo eu tenho negado os seus caprichos, porque nem mesmo os meus sentimentos eu sabia o que significava. 

Somente agora, depois de ter passado dois dias inteiros sem vê-lo, eu pude perceber o que eu sinto e o que provavelmente ele também sente. A necessidade de saber mais sobre ele, de querer saber como está, a saudade que sinto dele, e a felicidade que senti quando nos beijamos. Era sempre tudo nublado em minha mente quando eu estava com ele, porque eu simplesmente agia com a emoção, já que era o meu coração quem estava no comando.

Pego o travesseiro e o aperto contra a minha cara para abafar o grito de frustração. Não acredito que eu me apaixonei por um vampiro que me ameaçou de morte caso eu revelasse seu segredo, e desacredito mais ainda que esse mesmo vampiro também esteja apaixonado por mim.

Um barulho repentino, como se algo pesado caísse no chão, me faz voltar para o agora. Me levanto assustada, e uso a ligeira luminosidade da lua para enxergar o que quer que tenha sido isso. Me surpreendo ao ver Levi sentado com as costas apoiadas na parede e com uma mão em seu ombro.

— Levi? — Ando com cautela até ele. — Como você… 

— Me ajuda — Sua voz quase me suplica.

— O que aconteceu? — Me ajoelho perto dele, e ao ver sangue no ombro que ele segura, eu me assusto. 

— Jade atirou em mim.

— Por que ela fez isso?

— Se eu não for dela, não posso ser de mais ninguém, foi o que ela disse antes de tentar me matar.

— Que… maluca! — A indignação é nítida na minha voz.

— A bala ainda está aqui — Ele tira a mão do ombro, me mostrando o buraco ensanguentado do tiro. — Ela é de prata pura, um veneno para vampiros, enquanto continuar no meu corpo vai me enfraquecer até que eu morra.

— O que eu tenho que fazer?

— Não consigo tirá-la sozinho, tem que fazer isso por mim — Ele tira a camisa sem movimentar o lado machucado. — Agora, Manson.

Caramba… Não sei se presto atenção no seu físico agradável ou na ferida onde o sangue começa a secar.

— Eu sou só uma estudante, com certeza vou te machucar mais se tentar tirar — Ele ri.

— E eu sou um vampiro de 270 anos, já passei por coisas piores do que ter alguém tentando me salvar da morte.

— Tudo bem, então não se arrependa.

Enfio meu indicador e polegar no orifício, vendo pelo canto do olho a expressão de dor de Levi, o que quase faz com que EU me arrependa disso. Mas continuo, até que sinto algo duro e gélido como uma bala. Agarro o objeto com os dois dedos e puxo para fora, vendo o projétil de um prata brilhante cair no chão. Consegui! 

...

Passamos dez minutos esperando a ferida se fechar magicamente depois que desinfetei o local com a ajuda de um kit médico e também me livrei do projétil. Mas a ferida continua aberta, e estou começando a ficar realmente preocupada apesar do pior já ter passado.

— Pare com isso — Levi pede ao ver que ainda continuo andando pelo quarto inquieta.

— Não está curando! — Ele suspira.

— Eu fiquei muito tempo com aquilo no corpo, é de se esperar que tenha retardado a minha cura — Ele se levanta do chão. — Só preciso de alguns dias de descanso — Anda para janela.

— Aonde vai?

— Para casa — responde, de costas para mim.

— Você vai sumir de novo? — Ele me olha.

— Não quer que eu suma? — Mordo meus lábios.

— Não — Ele sorri, parecendo satisfeito.

— Se eu beber sangue, ficaria melhor em um instante.

— Então pode beber do meu — Ele ri.

— Não é tão simples — Se aproxima e coloca uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha. — Sentir o sangue se esvair do seu corpo dói muito, não vou fazer você sentir essa dor — Começa a se distanciar, mas eu seguro seu braço.

— Deve ter um jeito de não sentir, não é? — pergunto, olhando no fundo de seus olhos.

— Manson… — Ele quem segura meu braço agora. — Quer transar comigo?

Da Cor Do SangueWhere stories live. Discover now