Capítulo 3.( Exagerado )

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Depois que o destino nos lançou um em cima do outro, passamos as semanas juntos. Fomos à sorveteria. Discutimos sobre sorvete de choco-menta. Kauã insiste em dizer que esse é um dos melhores. Algo que eu discordo totalmente. Esse negócio tem gosto de enxaguante bucal. É péssimo!  Ele pagou quase todas. Tentava insistir para não fazer isso e ele nunca me ouvia. Era engraçado ver as feições do moço assistindo nossa briga estúpida para pagar um sorvete de quatro reais. Fomos às praças e parques. Ele tentou me ensinar a andar de skate. O que não deu muito certo;

Kauã era do segundo. Estuda em uma escola de riquinhos um pouco perto da minha. Todas vezes em que passava de carro com minha mãe, olhamos para aquela estrutura gigantesca e todos aqueles carros caros na frente. Imaginava como era lá dentro. Kauã me mostrou uma foto dele lá uma vez. E para minha surpresa, minhas salas dão dez à zero na dele- Sem querer me gabar. Kauã não é como os riquinhos de lá. Ele é diferente. Os meninos de sua sala passam horas falando de LOL e jogos de computador. Coisas que Kauã não gosta nem de longe.  Ele oscila entre esportes radicais e coisas de velho. Como por exemplo:  Jogar buraco com senhoras do clube que sua mãe costumava frequentar.

Eu o apelidei de " Roberto Carlos moderno". As senhoras são loucas por ele. Elas fazem uma festa ao vê-lo se aproximando. Acho muito engraçado. Ele me apresentou, elas fizeram uma algazarra enorme com minha presença. São tão gentis. Senhorinhas sempre são gente fina. E quando apostam balinhas Fines em uma mesa de buraco, tudo fica ainda mais divertido. Observo tudo de fora, nunca aprendi jogar nenhum jogo de cartas. Sou péssimo nisso. Kauã perdia algumas vezes de propósito. E outras ele levava uma surra de tão boas que elas eram.

Não demorou muito no jogo. Presumo que fora por minha causa. Ele perdeu a última e entregou seu pacote de " bananinhas " fines sobre à mesa. " É sempre bom apostar com vocês, meninas " Sua voz era tão galanteadora. Elas riam e gritavam. Elas deram tchau para nós. Ele me levou até a piscina do clube. Nós  sentamos na beira da piscina e colocamos nossos pés na água. Está um dia mais quente que o normal. A água está bem gelada. Os pássaros entoam canções altas e grave no céu. E as folhas cantam ao serem movidas pelo vento seco. Olho para água e suas formas. Passaria horas nadando nela. Me deleitar sobre água cristalina. Claro, se eu soubesse nadar. Como não, apenas me contento apenas em molhar os pés.

Estou com um short jeans curto rasgado. Não totalmente curto, mas está acima dos joelhos. Na parte de cima, uso uma regata preta estampada pelos Beatles. Havia cortado meu cabelo alguns dias atrás, então estava muito fresquinho atrás da minha cabeça. Curto cortar apenas dos lados e deixar maior em cima. Essa é minha tentativa de ser estiloso.
Kauã está com um short jeans curto. E esse sim era um short curto. Bem mais que o meu. Um boné preto e uma regata com o desenho de uma mulher nua com óculos escuros. Está quente mas não o bastante para sair de óculos escuro. Ele disse que usa por causa dos olhos verdes. Mas na real, eu acho que ele usa para ficar charmoso. O que realmente o faz ficar.

Kauã: Então, meio que a gente não terminou aquela nossa conversa.⎯ Diz olhando pro nada. As sardinhas do seu rosto estão mais saltadas. Acho que é por causa do sol. Seus pés fazem barulho na água e seu cenho está franzido.

Hugo: Qual delas?.⎯ Olho para ele e em seguida molho minhas mãos.⎯ Temos o dom de fluir entre muitas conversas.

Kauã: É, tens razão. A gente conversou sobre muita coisa, inclusive seu gosto ruim pra música.

O único problema dele. Implicar por eu escutar K-pop. Kauã era dos clássicos e do rock. O que eu também gosto. Realmente gosto. Porém não escuto muito. O que posso fazer se meus grupos estão sempre dando MV's incríveis para mim?!

Hugo: Cala boca, bobão.⎯ Jogo um pouquinho de água nele.⎯ Não fala mal do meu K-pop.⎯ Sorrimos juntos. Um silêncio pairou por um tempo. Até ele perguntar novamente. Sou do tipo que opta pelo silêncio quando não estou afim de falar sobre algum assunto delicado. Acho que dando meu silêncio como resposta, as pessoas vão esquecer ou perceber que não estou afim de falar sobre. Sempre deu certo. Mas não colava com ele. Kauã era insistente e curioso e sagas. Então disparou:

Kauã & Hugo ( Romance Gay )Onde histórias criam vida. Descubra agora