Capítulo 17.( Lisboa, à praia que fica pertinho )

21 8 0
                                    

"Bom dia, meu raio de sol." Se alguém, anos atrás, me falasse que eu estaria acordando com o bom dia do amor da minha vida, eu duvidaria da existência desse romance digno de contos de fadas. Dei um sorrisinho e fiquei observando sua carinha amassada.

"Bom dia, meu amor!" Respondo e recebo um beijinho. Ficamos deitados por um tempo, pele na pele, o cabelo embaraçado ao meu, o calor era algo naturalmente envolvente entre nós dois nesse momento. Conversamos um pouco sobre como os colchões da barraca eram horríveis, e ele fez uma piada com o quadro que havia na minha sala.

Kauã: Estive tramando algo, meu querido hugo.⎯ Põe seu braço por baixo de mim. Então me aconchego em seu peito.⎯ Quero fazer uma viagem contigo, sabe. Tipo, eu posso pegar a caranga do meu pai e a gente sair desbravando o mundo.

Hugo: Você está apostando todas as fichas na confiança que conquistou da minha mãe.⎯ Digo, e isso o faz sorrir.⎯ E como pretende convencer seu pai? duvido que ceda à sua bela e grandiosa proposta.

Kauã: Calma, meu caro! Tenho um trunfo na manga. Vou apresentar o meu incrível e encantador namorado para ele. Quem sabe, assim como aconteceu com sua mãe, o coração do velho não se derreta de vez.⎯ Levanto uma sobrancelha de forma teatral.⎯ E, caso ele resista, vou passar os dias inteiros cantando: "Papai me empreste o carro. Papai me empresta o carro. Pra poder tirar um sarro com meu bem!"

Hugo: Seu trapaceiro!! Estou falando sério, Kauã. Eles não deixariam a gente fazer uma viagem assim, enquanto ainda não somos maiores de idade.

Kauã: AINDA, ainda não somos. Mas, meu caro, você vai fazer 17 ano que vem e eu vou fazer 18. Então, aí sim, serei maior e poderei levar você para todos os cantos do mundo. De qualquer forma, prepare-se para a jornada da nossa vida! Não aceitarei um não como resposta.

Óbvio que ele não aceitaria um não.

Hugo: Eu, você e a caranga velha do seu pai. Parece a receita perfeita para um acidente de trânsito.⎯ Começo a rir, e ele debocha da minha piadinha sem graça.⎯ Desculpa, desculpa, amor... Mas naquele dia em que você foi me buscar no colégio, eu quase senti meu fim.

Kauã: Eu sou um ótimo motorista. Você que não sabe apreciar minhas habilidades baseadas nos filmes de Velozes e Furiosos.⎯ Solto um sorriso e dou um beijinho em seu rosto.

Hugo: Bom, ir para outro estado eu não sei, mas a gente poderia dar um pulinho na praia que fica pertinho daqui.

Kauã: Está falando da praia de Lisboa!?⎯ Confirmo com a cabeça.⎯ Nossa, como pude esquecer dela? Costumávamos ir nos feriados para lá. Meus avós têm uma casa velha pertinho do mar. O que acha de passarmos um tempo lá?

Hugo: Olha, acho que se eu pedir com jeitinho, talvez eles deixem.⎯ Abre um sorrisão.⎯ Poderíamos passar quantos dias lá?

Kauã: Não sei. Três, quatro ou até uma semana. Vai depender de como o lugar está. Como meus avós não moram mais aqui, não tem ninguém que vá lá cuidar. Então, deve ter um monte de poeira.

Hugo: Nada que uma vassoura, um rodo e um balde d'água não resolvam. A gente desenrola o resto, amor. E imagina só, uma semana na praia, só nós dois, com o som das ondas e o cheiro do mar. Seria perfeito, não acha?

Ele me beijou como resposta e  nos beijamos por um longo tempo. Decidimos tudo o que levaríamos e faríamos quando chegássemos à casa da praia, na esperança de obter a aprovação dos nossos pais para a viagem. Por volta das sete e vinte, arrumamos as barracas e as colocamos no canto da garagem. Kauã preparou o café da manhã para nós, enquanto eu lidava com a bagunça da noite anterior.⎯ Às oito, Kauã tomou banho junto comigo.

Kauã & Hugo ( Romance Gay )Where stories live. Discover now